Bolsa fecha em leve alta, acima dos 130 mil pts, sustentada por Vale; dólar sobe

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Imagem perspectiva mercados
Indicadores da Bolsa de Valores

São Paulo -A Bolsa fechou em tímida alta, lutou todo o pregão para se manter no positivo e na região dos 130 mil pontos, com a Vale (VALE3), diferentemente dos índices em Nova York que dispararam com a surpresa do balanço da Nvidia. Petrobras (PETR4) caiu.

A Vale (VALE3) subiu 1,06% com o mercado à espera do balanço do quarto trimestre de 2023 em meio a várias notícias nos últimos dias envolvendo a companhia. Já a Petrobras PETR4) caiu 0,75% refletindo a decisão do Carf de cobrança de R$ 9 bilhões contra a estatal.

As empresas de consumo também se destacaram no pregão de hoje. Magazine Luiza (MGLU3) liderou os ganhos e subiu 7,65%. Em seguida, Braskem (BRKM5) avançou 6,35%, com expectativas sobre propostas de aquisição do controle da empresa.

As ações do Carrefour Brasil (CRFB3) subiram 2,31%, após o Bank of America elevar a recomendação de “neutra” para “compra” e o preço-alvo de R$ 12 para R$ 16.

O principal índice da B3 subiu 0,16%, aos 130.240,55 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril caiu 0,15%, aos 132.050 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,4 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no positivo.

Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, disse que a Bolsa é puxada principalmente por Vale (VALE3). “Apesar da queda do minério de ferro em Dalian, essa alta da mineradora reflete a expectativa do resultado que será divulgado após o fechamento”.

Leandro Petrokas, diretor de Research e sócio da Quantzed, disse o principal destaque do dia fica por conta do resultado de Nvidia [registrou lucro líquido de US$ 12,285 bilhões no 4T fiscal de 2024, alta de 769% ante o mesmo período do ano anterior].

Petrokas destacou a queda das ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e da Weg (WEGE).

“O papel do Pão de Açúcar caiu após divulgação de resultados do quarto trimestre 2023 [divulgado na véspera depois do fechamento]. Apesar da alta no lucro na comparação ano a ano, a ação não sustentou o movimento positivo da abertura (a ação chegou a subir 4% em relação ao fechamento de ontem), mas devolveu e encerrou em queda de %. Já a Weg realizou lucros, após a alta de ontem refletindo o resultado no 4T23”.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que mercado reage positivamente pelo otimismo em Nova York em um dia mais tranquilo.

“O bom humor é em virtude do resultado da Nvidia e o mercado monitora as treasuries que estão estáveis. Vemos um cenário calmo, positivo e sem grandes notícias. As empresas com maior correlação à nossa economia têm uma boa performance- consumo e varejo, bancos relativamente estáveis e Vale melhorando. A Petrobras está na contramão em cima das questões com o Carf, apesar do petróleo subindo”.

Bruno Komura, analista da Potenza Investimentos, disse que a Bolsa está de lado “sem notícias relevantes para uma alta mais expressiva, não há mudanças significativas no cenário; a Vale sobe na expectativa do balanço e a surpresa deve vir com a distribuição de dividendos. A Petrobras cai em meio a uma oferta e demanda apertada do petróleo, problema no Oriente Médio e, com isso, está difícil de fazer previsões em relação à commodity”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,29%, cotado a R$ 4,9524. A sessão foi morna, na falta de um driver específico.

O sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, entende que o movimento de hoje já reflete as expectativas para os indicadores que serão divulgados na próxima semana, tanto aqui quanto lá fora.

De acordo com a economista do Ouribank Cristiane Quartaroli, “o resultado (do seguro-desemprego) veio mais forte que o esperado, confirmando as apostas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) demorar mais para iniciar o corte dos juros”.

Foram feitos, até a semana encerrada no dia 17 de fevereiro, 201 mil pedidos de seguro-desemprego. As projeções eram de 216 mil.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta. Isso refletiu os sinais de que o corte dos juros, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, comece mais tarde do que se imaginava.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,005% de 9,990% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,840% de 9,775%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,010%, de 9,925%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,260% de 10,210% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, atingindo máximas históricas, impulsionado pelos resultados impressionantes do carro-chefe da inteligência artificial, a Nvidia.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,18%, 39.069,11 pontos
Nasdaq 100: +2,96%, 16.041,6 pontos
S&P 500: +2,11%, 5.087,03 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA