Bolsa fecha em alta puxada pela Petrobras e exterior positivo; dólar sobe

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Foto: Dominik Gwarek / freeimages.com

São Paulo- A Bolsa fechou em alta com a virada do exterior e puxada pelas ações da Petrobras com o mercado absorvendo melhor as indicações para o comando da estatal e do Conselho de Administração da companhia, respectivamente José Mauro Ferreira Coelho e Marcio Weber. Os nomes devem ser oficializados na assembleia de acionistas, na quarta-feira (13).
O principal índice da B3 subiu 0,53%, aos 118.862,12 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril aumentou 0,50%, aos 118.940 pontos. O giro financeiro foi de R$ 27,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) ficaram entre as maiores altas do Ibovespa e subiram 5,00% e 5,19%, nessa ordem. A Braskem (BRKM5) liderou os ganhos em 6,95%.
Sidney Lima, analista da Top Gain, disse que o destaque é para a Petrobras com a definição dos nomes para a presidência e Conselho de Administração da estatal. “No início do dia as ações começaram em terreno neutro, mas passaram a subir bem perto do fechamento com mercado reagindo de forma mais positiva com as indicações. Esses nomes já são do setor, e um deles já é integrante da própria diretoria e defende a paridade de preços que é um dos maiores temores e pedra no sapato dos investidores”.
Lima disse que o “mercado internacional também gostou dos novos nomes”.
O analista da Top Gain também afirmou que a melhora no exterior acabou ajudando os papéis das siderúrgicas, que vinham em queda e passaram a subir. A Vale (VALE3) subiu 0,60%.
Na primeira metade do pregão, Celso Fonseca, sócio e head de renda variável da Venice Investimentos, disse que a Bolsa estava lateralizada e destacou que as indicações do governo para a presidência e Conselho Administrativo da Petrobras “demonstram que o presidente [Jair Bolsonaro] não quis indicar um corpo diretivo chancelado pelo Centro, mostrando ainda uma independência na companhia. Esse movimento faz os ativos subirem na sessão de hoje, após dois dias de queda”.
Fonseca comentou que outros destaques de hoje são “as falas de Guedes [ministro da Economia Paulo Guedes] sobre a privatização da Eletrobras e em linha com isso o anúncio do governo sobre a tarifa da bandeira verde que passa a valer em breve, tirando um pouco do peso na inflação”.
Mais cedo, o ministro da Economia disse que o governo está na fase final da capitalização da empresa e que seria necessário investir R$ 15,7 bilhões por ano para mantê-la competitiva. O evento se deu hoje no Tribunal de Contas da União (TCU). Os papéis da Eletrobras (ELET3 e ELET6) subiram 3,13% e 2,79%.
O dólar comercial fechou em alta de 0,55%, cotado a R$ 4,7410. A moeda operou em elevação durante toda a sessão, refletindo o aumento iminente dos juros nas economias desenvolvidas, além da pressão inflacionária doméstica e global.
Segundo fonte ouvida pela CMA, “o Brasil não tem fundamento para o dólar a R$ 4,50, nem R$ 4,60. Os exageros estão sendo corrigidos, e a cotação deve ficar em torno de R$ 4,80, o que já é surpreendente”.
A fonte ainda diz que, à medida que os bancos centrais começarem a aumentar os juros, o real tende a perder força gradativamente, o que também demonstra preocupação com a pressão inflacionária e as isenções fiscais em ano de eleição.
Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, “o mercado ainda está respondendo ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), é um movimento normal. O cenário, porém, ainda não mudou”.
Vieira acredita que a bolsa brasileira continua atrativa, além dos altíssimos juros, e observa: “O Fed deveria ser mais hawkish (duro), ainda há um espaço grande a ser preenchido. Ele está atrás da curva faz tempo”.
Em sessão volátil, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta acompanhando o preço das commodities.
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 12,750% de 12,750% % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,155%, de 12,100%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,530%, de 11,440% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,300% de 11,205%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em leve alta com os investidores digerindo a ata da reunião de março do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), depois de sofrerem perdas por dois dias consecutivos por temores com juros mais altos e desaceleração econômica.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,25%, 34.583,57 pontos
Nasdaq 100: +0,06%, 13.897,3 pontos
S&P 500: +0,42%, 4.500,21 pontos