Bolsa fecha em alta pelo 3º dia seguido, contrário exterior, com petroleiras; dólar sobe

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Imagem perspectiva mercados
Indicadores da Bolsa de Valores

São Paulo- A Bolsa fechou em alta pelo terceiro dia seguido, no patamar dos 116 mil pontos, oposto ao exterior, e do mercado de câmbio e juros. Os destaques de alta na sessão de hoje ficaram para as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) e petroleiras, que acompanharam o avanço da commodity no mercado internacional.

Os papéis Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 3,70% e 3,53%; 3RPetrolium (RRRP3) e Petrorio (PRIO3) valorizaram de 5,96% e 3,72%. A Vale (VALE3) caiu 1,18%.

O principal índice da B3 subiu 0,45%, aos 116.274,24 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro avançou 0,45%, aos 118.240 pontos. O giro financeiro foi de R$ 26,5 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.

Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital, disse que a Bolsa descola do mercado internacional com destaque para as ações da Petrobras e petroleiras que estavam entre as maiores altas do índice.

“Lá fora os investidores seguem preocupados com a inflação e os treasuries abriram impactando as bolsas nos Estados Unidos, dólar e juros aqui, mas o Ibovespa resiste e segue firme e forte; os papéis da Petrobras sobem em linha com o mercado externo, uma vez que o ETF de energia-empresas produtoras de petróleo nos EUA avançava quase 3%.”

Já o destaque de queda fica para é o setor de varejo, que vinha performando muito bem nas duas últimas semanas. “Há duas semanas, os papéis de Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, bateu 5,50% e hoje está caindo mais de 4%, observa-se grande oscilação; a Vale desvaloriza em linha com as commodities metálicas”.

Nícolas Merola, analista da Inversa, disse em um dia de agenda esvaziada por aqui, os investidores aproveitam “para fazer uma adequação de portfólio diante das movimentações recentes e o que virá pela frente em meio às eleições e balanços corporativos”.

Merola comentou que a inflação segue no radar dos investidores e “a alta dos treasuries [títulos do Tesouro norte-americano] mostra isso”. No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor passou para os dois dígitos, subindo 10,1% em setembro em base mensal, maior alta em 40 anos.

O analista da Inversa também citou que as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiam por conta das eleições com a diminuição da diferença entre os candidatos que concorrem à presidência. “Os papéis são sensíveis à interferência do governo, a elevação é posicionamento político”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,41%, cotado a R$ 5,2750. O driver da sessão foi o Livro Bege, que acabou não mostrando novos indícios sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), e apenas reiterou as preocupações da instituição com o emprego e a inflação estadunidenses.

Segundo o head de análise macroeconômica da Greenbay Investimentos, “não teve nenhuma novidade no Livro Bege, nada muito novo na análise da atividade”.

“O fluxo líquido diminui com o final de ano, enquanto aumenta o fluxo de saída, é um movimento sazonal. Além disso, o mercado segue monitorando as tensões internacionais e a política monetária do Fed”, explica Serrano.

Para o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura, “o cenário macro dos Estados Unidos parece que está desacelerando e sentindo os efeitos da política do Fed, mas as empresas têm tido lucro acima do previsto, o que ajuda a aliviar o quadro”.

De acordo com a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, “tivemos mais um pregão de ajuste na taxa de câmbio. Possivelmente a reversão das políticas fiscais no Reino Unido, alguma estabilidade nos mercados acionários e a queda dos preços da energia na Europa abriram espaço para mais uma correção no mercado de câmbio”.

Consorte, no entanto, destaca que os dirigentes do Fed mantiveram o tom mais duro, e que o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, destacou a inflação elevada e a continuidade do aperto monetário: “Isso deve manter a pressão sobre as taxas de câmbio dos emergentes”, projeta a economista.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta. O driver do dia foi a divulgação do Livro Bege, que reforçou as preocupações do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) com a inflação e emprego nos Estados Unidos, e não deu novas pistas sobre a próxima reunião do comitê, no dia 2 de novembro.

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,682% de 13,678% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,865%, de 12,840%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,670%, de 11,755% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,530% de 11,490%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em queda, à medida que os juros projetados dos Treasuries norte-americanos seguem um rali de alta que impactou diretamente sobre as ações, principalmente nas empresas de tecnologia.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices futuros de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,33%, 30.423,81 pontos
Nasdaq 100: -0,85%, 10.680,5 pontos
S&P 500: -0,66%, 3.695,16 pontos

 

Com Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência CMA