Bolsa fecha em alta com reforma tributária e payroll, acumula ganhos na semana

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta em um dia de alívio com a aprovação do texto-base da reforma tributária na Câmara dos Deputados, que agora segue para o Senado, e com os dados do relatório de emprego nos Estados Unidos (payroll, sigla em inglês) abaixo do esperado- criação de 209 mil vagas contra a expectativa de 240 mil. Na semana, o Ibovespa voltou a acumular ganhos de 0,68%.

Por aqui, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que favorece o governo no Carf (Conselho Administrativo Fiscal), já o arcabouço fiscal deve para agosto. Nos Estados Unidos, a dúvida fica em relação a um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais duro.

O dólar comercial fechou em queda de 1,29%,cotado a R$ 4,8660. A moeda refletiu o avanço da reforma tributária no Congresso e os sinais de desaceleração econômica nos Estados Unidos.

De acordo com o economista da Guide Investimentos Victor Beyruti, “teve uma reversão parcial lá agora, e agora vemos um ajuste técnico, uma descompressão do risco”.

Beyruti também ressaltou a importância da celeridade no trâmite da reforma tributária no Congresso, e que isso mostra que o Governo tem priorizado as pautas econômicas: “O Haddad está entregando tudo que ele prometeu”, constata Beyruti.

Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura, “nos ganhos salariais o payroll veio forte, o que ainda aponta muita força. Os fatores locais estão ajudando bastante, com a aprovação da reforma na Câmara”.

O salário médio por hora no setor privado aumentou, em base anual, 4,3% ante projeções de 4,2%.

Para a economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli, “a criação de vagas abaixo do esperado faz com que o mercado precifique um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) menos hawkish (severo, propenso ao aumento dos juros), o que beneficia o real”.

O payroll apontou a criação de 209 mil vagas em junho, abaixo da projeção de 240 mil. Já a taxa de desemprego foi de 3,6%, em linha com a previsão do mercado.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, reflexo da aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,795% de 12,835% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10, 715% de 10,800%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,080%, de 10,200%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,115% de 10,265% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em campo negativo com os crescentes temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) possa começar a subir os juros novamente após o relatório do payroll de junho.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,55%, 33.734,88 pontos
Nasdaq Composto: -0,13%, 13.661 pontos
S&P 500: -0,28%, 4.398,95 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA