Bolsa fecha em alta com Petrobras e exterior, em abril avança 2,50%; dólar sobe

1126

São Paulo – No último pregão de abril, a Bolsa fechou em alta sustentada pelas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), que se recuperou das perdas da véspera, e o alívio também veio do exterior. Na semana, o Ibovespa subiu 0,06% e, no mês, avançou 2,50%.

Na segunda-feira é feriado do Dia do Trabalho e a Bolsa permanecerá fechada, mas o mercado norte-americanos abrirá normalmente. Os investidores ficam na expectativa para a decisão de juros aqui e nos Estados Unidos para a próxima semana, a Super Quarta.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 2,34% e 1,89%. As petroleiras 3RPetrolium (RRRP3) e Petrorio (PRIO3) avançaram 4,04% e 3,29%, todas foram no embalo da valorização do petróleo no mercado internacional,

O principal índice da B3 subiu 1,46%, aos 104.431,63 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou de 1,21%, aos 105.670 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam no positivo.

Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me banco, disse que o Ibovespa acompanha o exterior e “a Petrobras também ajuda a impulsionar o índice; apesar da queda dos papéis no pré-mercado, as ações avançaram ao longo do dia acompanhando a alta do petróleo lá fora e a divulgação da distribuição de R$ 35,8 bilhões em dividendos”.

Louzada também comentou a alta da BRF (BRFS3), subiu 8,93% “motivada pelo fato de a China ter liberado a importação de estoques de carne do Brasil produzida antes da vaca louca, o que beneficia papéis de frigoríficos”.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse que a Bolsa está em alta “puxada pela Petrobras, Vale está em dia bom; as blue chips estão em alta. O fato de o IBC-Br ter vindo mais forte- subiu 3,32% em fevereiro na comparação com janeiro e mercado projetava alta de 1,35% -é um motivo para se comemorar e não achar que é ruim; não devemos nos preocupar que a precificação de juros está maior”.

Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que a virada na Bolsa se deu após indicadores nos Estados Unidos. “O movimento veio depois do ISM de atividade industrial de Chicago-subiu 48,6 pontos em abril, depois de 43,8 pts em março- e melhorou ainda mais com os dados de Michigan [índice de confiança do consumidor de Michigan/Reuters] -subiram para 63,5 pontos em abril, após 62,0 pontos em março. O ISM de Chicago veio acima das expectativas, por mais que seja contracionista”.

Komura acrescentou que a Petrobras “ajuda no movimento positivo do Ibovespa e acompanha a alta commodity”.

O dólar comercial fechou a R$ 4,988 para venda, com valorização de 0,18%. Às 17h05min, o dólar futuro para maio tinha alta de 0,23% a R$ 5,000. Na semana, o dólar spot teve valorização de 1,4%. No mês de abril, a moeda caiu 1,6%. Em dia de ajuste da Ptax, as expectativas para a Super Quarta, na semana que vem, e preocupações com a tramitação do arcabouço fiscal no Congresso determinaram a elevação.

O mercado segue preocupado com inflação e juros altos lá fora. Mais cedo, o Departamento do Comércio dos EUA, divulgou o índice de preços para os gastos pessoais (PCE), que teve alta de 0,1% em março na comparação mensal. O índice PCE subiu 4,2% em março em base anual, após alta de 5,1% em fevereiro. O indicador é acompanhando de perto pelos membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Diego Costa, head de câmbio para norte e nordeste da B&T Câmbio, disse que a sessão de hoje foi de forte volatilidade “na esteira da disputa pela formação da Ptax mensal; investidores miram as atenções para a Super Quarta, decisões de juros aqui e nos Estados Unidos. Hoje a leitura PCE sustentou a estimativa por um avanço [pelo Fed] de 0,25 ponto percentual (pp) na quarta-feira que vem e fica a expectativa para os comunicados do Copom [aqui] e do Fomc [nos EUA]”.

Segundo Leonardo Santana, especialista Top Gain, o dólar está forte no mundo “com preocupação em relação à inflação norte-americana e taxa de juros, o núcleo veio em linha, mas se olhar o indicador como um todo, mostra uma inflação que não consegue desacelerar muito; o mercado vem aumentando as apostas de 0,25 pp para a reunião do Fed na semana que vem e deve ter fuga de capital aqui do Brasil migrando para os Estados Unidos; por aqui volta a preocupação com risco fiscal porque o arcabouço não começou a ser votado por conta da CPMI”.

Por aqui, a taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 8,8% no trimestre móvel encerrado em março, ficando 0,9 ponto percentual acima ante o trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o melhor resultado para o período desde 2015 (8%). O resultado ficou um pouco abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro, de +8,9%, conforme o Termômetro CMA.

O Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central subiu 3,32% em fevereiro em relação a janeiro, indo a 147,49 pontos. O Termômetro CMA apostava em alta de 1,35% em fevereiro ante janeiro.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta nesta sexta-feira, véspera de feriado, refletindo dados do Indice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado hoje, que surpreendeu o mercado positivamente. O mercado de DI também é impactado pelo nível de desemprego abaixo do esperado, o que mostra um mercado de trabalho resiliente e reduz as chances de um corte na Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,285% de 13,300% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 12,060 % de 11,940%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,755 %, de 11,580%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,800% de 11,820% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em alta, registrando o melhor mês deste ano desde janeiro, com o avanço da temporada de balanços do primeiro trimestre se encaminhando para sua parte final e surpreendendo pelo lado positivo os investidores em Wall Street.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,80%, 34.098,16 pontos
Nasdaq 100: +0,70%, 12.226,6 pontos
S&P 500: +0,82%, 4.169,48 pontos

Dylan Della Pasqua, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA