Bolsa fecha em alta com inflação dos EUA abaixo do esperado e commodities; dólar encerra a R$ 4,79

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta pelo segundo dia consecutivo amparada pelo exterior com mais um dado de inflação abaixo esperado, o índice de preços ao produtor (PPI, sigla em inglês), após o CPI de ontem menor que as expectativas. Somado a isso, as commodities também contribuíram para impulsionar o índice.

Hoje o índice de preços ao produtor (PPI, sigla em inglês) registrou alta de 0,1% em junho, enquanto o mercado estimava alta (+0,2%). Ontem, a inflação ao consumidor referente a julho subiu 0,2% e os analistas previam crescimento de 0,3%.

A Vale (VALE3) teve uma sessão positiva acompanhando a alta do minério de ferro, subiu 2,32%. Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 1,46% e 1,57% seguindo o petróleo no mercado internacional. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) aumentou 2,02% e 2,47%; Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) valorizaram 1,09% e 1,26% respectivamente.

Os papéis da Cyrela (CYRE3) lideraram a alta do Ibovespa em 8,69%, após a divulgação dos dados operacionais referentes ao segundo trimestre de 2023.

“Os números foram considerados fortes e a ação tem recomendação de compra por diversos agentes econômicos mesmo após fortes altas no ano. Acredita-se que o bom momento da empresa deve continuar”, disse Lucas Almeida, especialista em mercados de capitais e sócio da AVG Capital.

O principal índice da B3 subiu 1,35%, aos 119.263,89 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançou 1,50% aos 120.585 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,7 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam no positivo.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o Ibovespa subiu e contou com ajuda externa e das commodities. “Após a inflação ao consumidor (CPI ontem, nesta quinta-feira foi a vez do índice de preços ao produtor (PPI) abaixo do esperado reforçar ao entendimento de que as condições para o Fed parar o ciclo de alta dos juros se consolidam, as commodities-como Vale e siderúrgicas- e o setor financeiro também contribuíram para a sessão positiva”.

O especialista em mercados de capitais e sócio da AVG Capital, disse que as ações de peso no índice como Vale e Petrobras “ajudam a impulsionar o índice, além dos dados melhores que o esperado da inflação americana, PPI”.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que a Bolsa se alinha ao otimismo internacional com os dados de inflação e pedidos de seguro-desemprego- caíram para 237 mil contra expectativa de 250 mil.

“PPI [inflação ao produtor] selou o CPI [inflação ao consumidor] de ontem, a inflação ao produtor faz um norte de como pode vir o próximo índice de preços ao consumidor e valida uma não agressividade do tom de continuidade de aumento de taxa de juros; os pedidos de seguro-desemprego não vieram tão destorcidos como o mercado estava esperando; como o Fed olha dois pilares: emprego e inflação; a inflação está controlada e emprego dentro do aceitável, é positivo e o mercado respondeu bem”.

Segundo um analista de uma grande corretora, esse bom humor com os dados melhores da inflação lá fora “reflete no Ibovespa; na bolsa de Chicago as apostas são de 95% para elevação de 0,25pp para a reunião de julho e 0,18% em um aumento de 0,25pp em setembro; outro ponto favorável é a entrada de fluxo na B3, no dia 11 de julho foram R$ 2,990 bilhões”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,60%, cotado a R$ 4,7900. A moeda refletiu o decréscimo dos juros dos Treasury Bonds (títulos do Tesouro dos Estados Unidos), e a consequente expectativa por um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) menos duro.

O head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, acredita que a queda nas taxas de juros dos Estados Unidos dão mais força para a quedado dólar.

Para Weigt, “nestes últimos dias o real está correlacionado com as taxas de juro futuro nos Estados Unidos, que estão caindo bastante”.

Weigt observa que o real tem andado junto com seus pares, e performado até mesmo melhor que elas, enquanto o dólar perde força mundialmente.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam mistas, sinalizando expectativa de Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) menos hawkish.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,825 % de 12,845% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,835% de 10,800%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,175%, de 10,095%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,210 % de 10,120% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo depois que os dados de preços ao produtor forneceram mais evidências de que a inflação está desacelerando e as empresas começaram a temporada de balanços mais fortes do que os analistas esperavam.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,14%, 34.395,14 pontos
Nasdaq 100: +1,58%, 14.139 pontos
S&P 500: +0,84%, 4.510,04 pontos

 

Com Paulo Holland,  Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA