Bolsa fecha em alta com commodities acima dos 113 mil pts; dólar cai

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Foto: Krzysztof Baranski/ freeimages.com

São Paulo – No primeiro pregão de fevereiro, a Bolsa fechou em alta e acima dos 113 mil pontos-patamar de outubro de 2021- estendendo o movimento de janeiro devido ao grande apetite dos estrangeiros por ações ligadas às commodities e ao setor financeiro. 
A decisão sobre a taxa de juros básica (Selic), amanhã (2), também ficou no radar dos investidores. O consenso é de elevação de 1,5 ponto porcentual, passando de 9,25% ao ano (aa) para 10,75% aa. 
O principal índice da B3 subiu 0,96%, aos 113.226,31 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 1,07%, aos 113.730 pontos. O giro financeiro foi baixo de R$ 27,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta. 
Os papéis da Vale (VALE3) subiram 5,49% e da Petrobras (PETR3 e PETR4) avançaram 2,94% e 2,00%. As ações de Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) ganharam respectivamente 3,88% e 3,19%. Itaú (ITUB4) avançou 0,71%. 
Por aqui, chama a atenção a alta das ações do Banco Inter, que subiram 8,08%, após o JP Morgan fazer uma revisão de sua cobertura para o banco e elevando a recomendação do banco de “neutral “para “overweight” com um preço-alvo de R$ 40. 
José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora, disse que a valorização da Bolsa é atribuída à entrada de estrangeiros que focam em comodities e bancos “contra o fluxo positivo não há argumentos. Enquanto houver o ingresso de capital externo, o Ibovespa vai continuar nessa toada”. 
E acrescentou que apesar da expressiva queda da moeda norte-americana, “as exportadoras não estão sendo fortemente impactadas”. O dólar comercial caiu 0,62%, cotado a R$ 5,2740. 
Alexsandro Nishimura, head de conteúdo e sócio da BRA, comentou que a Bolsa segue amparada pela constante entrada de fluxo estrangeiro e com o apoio das blue chips. “Vale e mineradoras subiram mesmo sem os referenciais de negociação do minério de ferro na China devido ao feriado por lá. E as ações da Petrobras ignoraram o desempenho do petróleo, que teve um dia volátil, e subiram”. 
Lucas Mastromonico, operador de renda variável da B. Side Investimentos, comentou que o que fez a Bolsa dar essa guinada agora no final da primeira metade do pregão “foi mais uma vez o fluxo de capital estrangeiro indo para commodities, tanto em Petro e Vale, e bancos”. 
Esse movimento de estrangeiros deve seguir ainda em fevereiro, ressaltou Mastromonico. O capital externo foi o principal fator de alta do índice no mês de janeiro desde dezembro de 2020. Em janeiro, a Bolsa acumulou ganho de quase 7% enquanto em Nova York, o mercado acionário registrou queda. 
O dólar comercial fechou em R$ 5,2740, com queda de 0,62%. O intenso fluxo estrangeiro na bolsa, capitaneado pela valorização das commodities, continua fortalecendo o real, que tem ganhado terreno ante a moeda norte-americana. 
Segundo o head de análise macroeconômica da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, “existe um rali em commodities, lá fora, que favorece as moedas emergentes”. O executivo acredita que o real ainda pode ganhar terreno, mas a correção começa a ficar mais limitada. 
Serrano, no entanto, pondera que a situação ainda é muito frágil: “Agora começam a existir mais forças de equilíbrio. A volta das atividades parlamentares podem trazer de volta os ruídos fiscais e políticos”, opina. 
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “temos um fluxo incontestável, tanto em renda fixa, com o aumento previsto da Selic amanhã, quanto nas empresas ligadas às commodities”. 
Abdelmalack acredita que este movimento mascara os problemas domésticos que permanecem inalterados: “Janeiro não pode ser usado como uma tendência. O pano de fundo fiscal continua o mesmo, com a aceleração da dívida pública para 2022”. “O cenário microeconômico está conseguindo fazer preço, mas isso é smart Money, capital especulativo”, alerta a economista. 
De acordo com boletim da Ajax Capital, as “ações e moedas dos emergentes abrem o mês positivamente após discursos mais leves dos membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Por aqui, mercados locais devem acompanhar melhora de humor externa”. 
Membro do Fed de Dallas, Mary Daly afirmou, ontem, que as ações do Fed não devem prejudicar a atividade econômica em 2022. Seguindo a mesma linha, Esther George, do Fed de Kansas, disse que a instituição pode aumentar os juros mais lentamente e ser mais célere na redução do seu balanço. 
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) o fecharam em queda nesta terça-feira (1), em dia de Copom e com alívio no câmbio. 
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 12,150% de 12,255% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 11,570%, de 11,755%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,075%, de 11,270% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,070% de 11,220%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar com vencimento para janeiro operava em queda, cotado a R$ 5,2742 para venda.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, com o Nasdaq subindo 0,75%, à medida que Wall Street tenta encontrar seu ritmo depois de um janeiro de muitas oscilações.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices futuros de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
           Dow Jones: +0,78%, 35.404,39 pontos
           Nasdaq 100: +0,75%, 14.346,0 pontos
           S&P 500: +0,68%, 4.546,42 pontos