Bolsa e dólar sobem por cautela com exterior e cenário político

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta seguindo a valorização das bolsas em Wall Street  e os investidores monitoraram todo o dia o cenário político local, apesar do recesso parlamentar. O principal índice da B3 encerrou em alta de 0,17%, aos 126.146,66 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto subiu 0,15%, aos 126.620 pontos. O volume financeiro foi de R$ 17,6 bilhões. Em Nova York, as bolsas avançaram.

O Ibovespa registrou volatilidade pela manhã, depois passou a cair com a piora do setor financeiro, Vale e Petrobras e à tarde registrou ganho com a melhora das bolsas em Nova York.

Para Cristiano Fernandes, diretor da Euroinvest, a Bolsa está seguindo o mercado externo, mas destacou que a “locomotiva para a subida foi a Petrobras”. Hoje, a Petrobras chegou a cair e reverteu o movimento. Fernandes também afirmou que o cenário político está no radar dos investidores.

Mais cedo, o analista sênior Luiz Henrique Wickert, da plataforma sim;paul explicou que a queda do Ibovespa foi devido “ao mau desempenho das empresas que têm mais peso no índice”. Ele comentou também que “lá fora não está um dia positivo e não ajuda por aqui”.

As ações da Vale (VALE3)  fecharam em alta de 0,26%. Os papéis da Petrobras (PETR3) aumentaram 0,14% e (PETR4) perderam 0,22%. O setor financeiro encerrou em queda. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) baixaram 0,99% e 0,77%; Itaú (ITUB4) retraíam 1,02%.

Hoje teve estreia na Bolsa dos papéis da Multilaser (MLAS3) e tiveram forte ganho de mais de 16%.

O analista sênior da sim;paul disse não acreditar que os dados de seguro-desemprego tenham impactado negativamente o mercado local. “Acredito que até seria positivo para mercados emergentes”.

Nos Estados Unidos, os pedidos de seguro desemprego na semana encerrada em 17 de julho subiram de 51 mil, para 419 mil, contra 368 mil na semana anterior. Os dados são do Departamento de Trabalho

Em relação ao cenário político local, o economista-chefe Alvaro Bandeira, da Modalmais, publicou em suas redes sociais que “tensão e emoções permeiam o jogo político e interferem no comportamento do mercado”.

A minirreforma implica em dar a Casa Civil para o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas. A pasta é atualmente ocupada pelo general Luiz Eduardo Ramos, que deve comandar a Secretaria da Presidência, hoje sob a responsabilidade de Onyx Lorenzoni. E o presidente Bolsonaro deve criar o Ministério de Trabalho e Emprego para ser chefiado por Onyx.

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,38%, cotado a R$ 5,2110 para venda. Investidores acompanharam o cenário externo, com forte volatilidade da moeda norte-americana, e ainda de olho no cenário político brasileiro, onde haverá mudanças ministeriais na próxima segunda-feira.

“Nesta fugaz sessão de quinta-feira, o dólar comercial voltou a exibir forte volatilidade e amplitude, abriu em leve queda acompanhando o seu par do exterior, ampliou suas perdas logo em seguida, aonde passeou pela faixa mínima do dia na casa dos R$5,16, mas voltou a subir e a transitar pelo território positivo, já na segunda hora dos negócios reflexo do fortalecimento de sua congênere do exterior, e por um movimento de cautela com o nosso cenário político, momento em que registrou a máxima do dia na faixa dos R$ 5,22”, explicou Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.

“Já na sessão vespertina o dólar comercial operou entre margens estreitas, trocando de sinal entre os campos levemente positivo e negativo, para encerrar os negócios registrando a taxa de R$ 5,21”, finalizou o especialista da Correparti.

Ainda segue no radar dos investidores a disseminação da variante Delta do coronavírus e o cenário político brasileiro. “Do lado da política local, apesar do recesso parlamentar, o presidente Bolsonaro está articulando uma minirreforma ministerial, incluindo a recriação do ministério da educação”, explicou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.

Por volta das 12h08 (horário de Brasília), o dólar comercial registrava alta de 0,26%, sendo negociado a R$ 5,2050 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,28%, cotado a R$ 5,209.

O número de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos subiu em 51 mil solicitações na semana encerrada em 17 de julho, totalizando 419 mil, após ter alcançado 368 mil na semana anterior, segundo estatísticas do Departamento do Trabalho ajustadas por fatores sazonais. Os analistas previam 350 mil pedidos. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho, enquanto uma alta indica o contrário. A média móvel dos pedidos de seguro-desemprego feitos nas últimas quatro semanas, um indicador menos volátil, subiu em 750, em 385.250 pedidos.

“A trajetória incerta do câmbio, de alternar altas e baixas, diz justamente sobre a ausência de trigger que justifique no curto prazo algum movimento mais consistente. E, portanto, o câmbio fica sujeito aos fluxos naturais de oferta e demanda. Nada de relevante ocorreu que pudesse justificar movimento forte”, disse João Beck, economista e sócio da BRA.

“Tivemos no início da semana uma realização de lucros e alta do dólar por receios da variante delta. Mas aos poucos esse risco vai se dissipando e vemos a efetividade das vacinas, dando lugar ao pano de fundo que ainda é construtivo. Assim, sem grandes sustos no front político, podemos esperar que o real retome sua trajetória de valorização que já vinha fazendo”, acrescentou Beck.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em direções divergentes, com os vencimentos mais curtos em leve alta e os vértices mais longos em queda em um dia de baixa liquidez e discretas oscilações no mercado local.

Com isso, o DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 5,82%, de 5,77% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,185%, de 7,135%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,11%, de 8,12% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,55%, de 8,59%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações norte-americano terminaram o dia em alta, com os investidores concentrados nos resultados trimestrais das empresas – muitos deles superando as expectativas de Wall Street – e ignorando o aumento inesperado dos pedidos de seguro-desemprego, que derrubaram os juros dos títulos de dívida do Tesouro.

Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +0,07%, 34.823,35 pontos

Nasdaq Composto: +0,36%, 14.684,60 pontos

S&P 500: +0,20%, 4.367,48 pontos