BCE decide subir taxa básica de juros em 0,75%, para 1,5%

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Sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt. Foto: Divulgação/ BCE

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou nesta quinta-feira a decisão de política monetária, com o aumento em 0,75% na taxa básica de juros, que agora está em 1,5 %. A taxa de depósito também foi elevada em 0,75%, e ficou em 2%.

“O Conselho do BCE tomou a decisão de hoje e espera aumentar ainda mais as taxas de juros, para garantir o retorno oportuno da inflação ao seu objetivo de inflação de médio prazo de 2%”,diz a nota divulgada pelo banco.

A decisão de subir 0,75% era esperada pelo mercado – embora outras previsões apontassem uma alta de até 1%. Segundo o BCE, essa alta é para abaixar a inflação, que vem subindo progressivamente nos últimos meses, chegando a 9,9% em setembro.

“Nos últimos meses, a alta dos preços de energia e alimentos, os gargalos na oferta e a recuperação da demanda pós-pandemia levaram a um aumento das pressões sobre os preços e ao aumento da inflação”.

O Conselho do BCE decidiu também alterar os termos e condições da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO III). Durante a fase aguda da pandemia, este instrumento ajudou a manter a estabilidade de preços. “Hoje, em vista do aumento inesperado e extraordinário da inflação, ela precisa ser recalibrada para garantir que seja consistente com o processo mais amplo de normalização da política monetária e para reforçar a transmissão dos aumentos das taxas de juros às condições de empréstimos bancários”.

Desta forma, as taxas de juro aplicáveis à TLTRO III serão alteradas a partir de 23 de novembro de 2022.

Já o programa APP (Asset Purchase Program) e o PEPP (Pandemic Emergency Purchase Program) serão mantidos por um tempo maior. “O Conselho do BCE pretende reinvestir os pagamentos de capital dos títulos com vencimento adquiridos ao abrigo do programa até pelo menos o final de 2024”.

Além disso, o banco disponibilizou o programa de proteção de transmissão, para combater as dinâmicas desordenadas e injustificadas do mercado, já que podem ser uma ameaça para a política de todos os países da zona do euro.