BC reduz Selic em 0,50 pp; decisão foi unânime

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Por Priscilla Oliveira

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual (pp), para 5% ao ano (aa) – uma nova mínima histórica. Foi o terceiro corte consecutivo na taxa depois de mais de um ano de estabilidade. A decisão, que foi unânime, ficou em linha com a previsão das instituições financeiras consultadas pela Agência CMA.

Segundo Flávio Serrano, economista-sênior do Haitong, a taxa Selic ainda deve sofrer nova queda de 0,5 pontos na reunião de dezembro, a última do ano e deve seguir em 2020 abaixo dos 5%. Segundo Serrano, a Selic é um dos fatores que influencia a taxa real de juros, que também seguem em queda influenciando a economia do país.

COMUNICADO

O Copom afirmou em comunicado que o cenário atual de inflação ainda deve permitir mais um corte de 0,5 pp na reunião de dezembro, embora tenha evitado se comprometer com um afrouxamento adicional da política monetária.

O comunicado ressalta que o “atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela em eventuais novos ajustes no grau de estímulo” visto que há risco de o estímulo monetário acelerar a inflação. O Copom reitera ainda que os próximos passos da política monetária ainda dependem da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

O Copom avaliou também que em seu cenário básico para a inflação permanecem fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, o nível de ociosidade elevado em conjunto com a potencial propagação da inflação corrente, por mecanismos inerciais, pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado e por outro lado o atual grau de estímulo monetário aumenta a incerteza sobre os canais de transmissão podendo elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.

O Copom informou ainda que aumentou a projeção de inflação em 2019 de 3,3% para 3,4%, mas manteve a estimativa para 2020 em 3,6% e divulgou uma nova previsão, para 2021, de 3,5%.

As estimativas são baseadas no cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus. Segundo esses parâmetros, a Selic (taxa básica de juros) encerra 2019 em 4,50% ao ano e permanece nesse patamar ao longo de 2020, elevando-se até 6,38% a.a. em 2021.

Também supõe trajetória para a taxa de câmbio que termina 2019 em R$ 4,00, permanece nesse patamar ao longo de 2020 e encerra 2021 a R$3,95 por dólar.