Bank of America recomenda Itaú e BTG e vê banco públicos mais ativos sob governo Lula

873
Imagem: Shutterstock

São Paulo – O Bank of America (BofA) divulgou hoje uma análise sobre as perspectivas para o setor bancário em 2023, apontando BTG Pactual e Itaú como suas principais recomendações, mas apontando um cenário turbulento em frente, com juros altos por mais tempo, inflação elevada, situação fiscal frágil e alto endividamento.

“Dado o fluxo recente de notícias, esperamos que os bancos do setor público se tornem mais ativos sob o governo Lula. Sua participação de mercado atingiu um pico de 57% em 2016 e caiu para 43%. Os bancos públicos mais ativos poderiam eventualmente pressionar os spreads de crédito e limitar o crescimento dos bancos do setor privado”, explicou o BofA.

O BofA lembrou ainda que a reforma tributária é uma das prioridades do novo governo para o primeiro semestre de 2023, e que a proposta pode eliminar o benefício fiscal dos juros sobre capital próprio, o que pode reduzir o resultado do setor em cerca de 18%, se não for compensado por uma redução na alíquota do imposto corporativo.

A análise explicou que um ambiente de taxas mais altas para períodos mais longos deve melhorar o desempenho da NII dos bancos com clientes, já que a NIM está defasada em aproximadamente um ano sobre os aumentos das taxas. Por outro lado, taxas mais altas podem ter impacto negativo na margem de lucro do mercado.

Por fim, o BofA espera que o setor tenha um crescimento semelhante ao de 2022, com destaque para Itaú e BTG, e que o ROE seja sustentado em cerca de 17%. A avaliação do setor está com um desconto de cerca de 30% em relação à média histórica em uma base P/L e P/B, sugerindo que alguma incerteza já está precificada.

“Todas as ações em nosso universo de cobertura estão sendo negociadas abaixo de seu P/B médio de 10 anos, enquanto três ações estão sendo negociadas perto de mínimas históricas (Banco do Brasil, Banrisul e Bradesco)”, ponderou o BofA.