“Assim que abrir a fronteira com o Egito, nós vamos buscar os nossos brasileiros”, diz Lula sobre conflito no Oriente Médio

228

São Paulo – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que está fazendo contato com diversos países do mundo a fim acelerar a abertura da fronteira da Faixa de Gaza com Egito, para trazer de volta os brasileiros que solicitaram a repatriação.

“Eu estou conversando com todo mundo porque eu quero liberar os brasileiros que estão na faixa de Gaza. Nós temos brasileiros que querem vir pra cá, temos mulheres e crianças que estão sofrendo o tormento dos tiros e das bombas e eles estão muito próximos da fronteira com o Egito. Já falei com o presidente do Egito, meu ministro já falou com o [ministro de] relações exteriores, e o avião presidencial está no Cairo à espera dessa gente. Assim que abrir a fronteira nós vamos buscar os nossos brasileiros porque aqui é o lugar deles…É esse o nosso trabalho.”

Lula citou as autoridades e os países com quem tem conversado a fim de minimizar o conflito e disse que vai continuar falando de paz todos os dias. “Em uma mesa de negociação não morre ninguém, custa mais barato e a gente pode buscar a solução. É preciso que a gente consiga que consiga que lá no Oriente Médio: Israel fique com o território que é seu, que está demarcado pela ONU, e que os palestinos também tenham a sua terra”, ressaltou

“Não precisa ninguém invadir a terra de ninguém. Todo dia a gente colonos de Israel invadidno território palestino e a ONU [Organização das Nações Unidas] não faz nada porque está enfraquecida. Esse é o meu papel: tentar criar condições para que nos sentemos em uma mesa de negociação. Na verdade estou cansado de fazer telefonemas, mas eu vou continuar fazendo. Não é porque o Hamás cometeu um ato terrorista contra Israel, que eles têm que matar milhões de inocentes! Se ONU tivesse força, poderia ter uma interferência maior, assim como os Estados Unidos poderiam ter interferência maior. Mas as pessoas não querem, querem guerra, querem estimular o ódio”, lamentou.

“Nós fizemos o que era possível fazer. Eu já falei com o presidente de Israel, com a autoridade Palestina, com o presidente do Egito, do Irã, da Turquia, com o diretor geral da União Européia, com o presidente Macron, com presidente Putin, com o presidente dos Emirados Árabes, vou falar com o Qatar

Estou falando com todo mundo, para que possamos garantir três coisas: o corredor humanitário, para que as pessoas possam receber água, remédio e comida, garantir energia elétrica para hospitais para que as pessoas possam serem tratadas, e garantir que não se matem mais crianças! Não tem exemplo na historia da humanidade de guerra em que se matem mais crianças que não estão na guerra. E dos dois lados. Não queremos que morra ninguém.”

Até a produção desta matéria já eram mais de duas mil crianças mortas desde o início do conflito entre Israel e Hamás, no dia 7 de outubro.

Lula disse que ainda faltam conversar com Xi Jinping, secretário-geral do Partido Comunista da China e presidente da China e com da África do Sul e do Qatar “que segundo disseram teria relações com o Hamás”, segundo palavras do mandatário.

“Esse é meu papel e eu não vou prescindir dele. Quem sabe um dia possamos sentar numa mesa e pensar no que é vai ser mais sensato negociar ceder, ganhar menos do que eu quero, perder menos do que eu posso. Vou continuar telefonando e conversando e, obviamente, que concomitantemente cuidar do Brasil.”