Após cinco pregões em alta, Bolsa fecha em leve queda com Petrobras e expectativa por reforma tributária; dólar sobe

227
Foto: Pexels

São Paulo- Após cinco pregões em alta, a Bolsa fechou em leve queda, mas conseguiu se manter acima dos 119 mil em um dia de volatilidade com pressão da Petrobras (PETR 3 e PETR4), com os investidores na expectativa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, no plenário do Senado, e o mercado decepcionado com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que não tratou da política monetária.

Em relação às ações, pelo segundo dia seguido, a Petrobras (PETR 3 PETR4) caiu 2,36% e 2,14%, respectivamente, refletindo a queda do petróleo tipo Brent com entrega para dezembro teve queda de mais de 2%, cotado a US$ 79,54. Amanhã a companhia estatal divulga o seu resultado relativo ao 3T23.

O destaque de alta ficou para Totvs (TOTS3), que subiu 5,64% refletindo o balanço. E as ações da Dexco (DXCO3) lideraram as perdas em 12,18% também com impacto do resultado no 3T23.

O principal índice da B3 caiu 0,07%, aos 119.176,67 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro perdeu 0,12%, aos 120.315 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,3 bilhões. Em Nova York, os índices operavam mistos.

Stefany Oliveira, analista da Toro, disse que o recuo do Ibovespa “é atribuído, principalmente, pela queda Petrobras, não é um drive específico da companhia, mas pela desvalorização do petróleo, que tem esse movimento pela correlação de oferta e demanda”.

Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos, disse que a Bolsa passa por uma correção técnica. “Esse movimento é devido à expectativa da aprovação da reforma tributária e o Powell [Jerome Powell, presidente do Fed] não comentou nada sobre a política monetária, os investidores esperam pelo evento de amanhã (9), para saber os desafios em relação aos juros”.

Um gestor de um grande banco que não quis se identificar disse que a Bolsa está em um movimento morno.

“O mercado esperava uma indicação positiva ou negativa do presidente do Fed e isso pode se arrastrar até a próxima reunião em dezembro [12 e 13], os investidores ficam à espera da aprovação da reforma e na expectativa dos balanços do Bradesco e Petrobras, amanhã (9) com a aposta de boa distribuição de dividendos por parte da Petrobras; vale destacar o desempenho do petróleo no mercado internacional-em 27 set estava a US$ 97 e, hoje, está cotado a US$ 79,60 o barril”.

Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group, disse que A Bolsa está a Bolsa está realizando um pouco, após várias altas seguidas.

“Hoje o movimento é de curto prazo, mas os ativos devem performar bem nos próximos 12 meses com a queda da Selic e com o cenário geopolítico mais complicado, o Brasil pode ser beneficiado no médio prazo com recursos vindos para cá, mas o País não tropeçar com o fiscal”.

Caio Henrique Soares Rodrigues, sócio da Atika Investimentos, disse que a Bolsa está voltada para a pauta de juros americanos e aqui para a reforma tributária, que deve ser passada no Senado.

“O presidente do Fed não comentou nada de política monetária no evento de hoje, mas fica a expectativa para amanhã, se vão manter a postura mais hawkish ou se já vão começar a fazer manutenção dos juros ou até redução; em relação à reforma tributária mesmo com as exceções colocadas, o fator de ter uma simplificação na estrutura tributária já vai trazer uma série de avanços, impacto logístico, na locação de capital e, principalmente maior clareza para o estrangeiros investir no Brasil; o mercado está gostando dos resultados, uma série de small caps que estavam comprimidas, estão melhorando; Casas Bahia conseguindo um fundo para manter as contas um pouco mais saudáveis”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,68%, cotado a R$ 4,9066. Isso refletiu as falas mais duras de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), embora o presidente da instituição, Jerome Powell, não tenha abordado a política monetária na manhã de hoje.

Para o analista da Potenza Investimentos Bruno Komura, o câmbio está “em linha com o mercado externo, a bolsa e o cambio viraram de um movimento positivo para o negativo. O mercado continua com alto nível de incerteza dado que o Fed e os dirigentes continuam com um discurso hawkish (severo, propenso ao aumento dos juros), apesar da desaceleração da inflação”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda. O movimento tem relação direta com o avanço do texto da reforma tributária no Congresso.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,000% de 12,008% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,785% de 10,820%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,575%, de 10,620%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,695% de 10,765% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com o S&P 500 subindo pelo oitavo dia consecutivo – estendendo sua mais longa sequência de vitórias em dois anos – à medida que Wall Street analisou os últimos balanços do trimestre numa semana fraca de indicadores econômicos.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,12%, 34.112,27 pontos
Nasdaq 100: +0,08%, 13.650,4 pontos
S&P 500: +0,10%, 4.382,78 pontos

 

Com Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência CMA