Ao lado de Lula, Von der Leyen diz esperar fim de impasses para acordo com Mercosul

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen / Foto : União Europeia

São Paulo – A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou otimismo nesta segunda-feira ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a III Reunião de Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e União Europeia (UE), em relação às perspectivas de um acordo comercial entre a UE e o Mercosul.

“A nossa ambição é resolver as diferenças remanescentes o mais rapidamente possível, para que possamos concluir esse acordo”, disse Von der Leyen, ao discursar em Bruxelas ao lado de Lula. Ela acrescentou que a UE deseja estabelecer uma parceria com o Mercosul “em que ambas as partes se beneficiem”.

Durante sua fala, Von der Leyen também saudou “o ressurgimento do Brasil como ator importante no cenário global”, destacando que esse desenvolvimento está “dando impulso positivo à parceria estratégica” entre UE e Mercosul.

Além disso, a presidente da Comissão Europeia anunciou que a UE planeja investir mais 45 bilhões de euros (R$ 242 bilhões) na América Latina e no Caribe, como parte do programa Global Gateway.

“O Global Gateway não faz só diferença pela dimensão. Cria uma nova abordagem e uma nova forma para apostar em novos projetos. É fundamental que o investimento se mantenha no local”, afirmou Von der Leyen.

No mês passado, durante visita a Brasília, Von der Leyen já havia anunciado um investimento de 2 bilhões de euros (R$ 10,7 bilhões) em hidrogênio verde no Brasil.

“A América Latina e o Caribe podem vir a ser uma fornecedora de energia. O setor das eólicas cresce exponencialmente e o próximo passo é transformar isso em hidrogênio verde, que pode ser exportado entre continentes e pode ser usado na indústria local, em setores como aço ou nos carros e caminhões”, disse ela.

“A matéria-prima crítica também é um ponto importante. Ao contrário de investidores estrangeiros comuns, não estamos apenas interessados na extração dessas matérias-primas, mas sim em construir uma parceria”, acrescentou Von der Leyen.