Alexandre Silveira volta a defender exploração de petróleo na Margem Equatorial

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Localizada próxima à Linha do Equador, a chamada Margem Equatorial está situada entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, se estende por mais de 2,2 mil km ao longo da costa. Ilustração: Petrobras.

São Paulo – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender a importância da exploração de petróleo na Margem Equatorial, que vai da Guiana até o estado do Rio do Grande do Norte, durante a posse do novo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Prado, na manhã de hoje, na cidade do Rio de Janeiro.

“É preciso respeitar tecnicamente a legislação, por isso eu acredito que nós começaremos a explorar a margem equatorial em alguns dos blocos. Há estudos internos geológicos e geofísicos na Petrobras que mostram que o bloco do Amapá, o mais próximo da Guiana e do Suriname, do lado brasileiro, tem o maior potencial, que pode chegar a 5,6 bilhões de barris de petróleo”, explicou o ministro.

Em maio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou um pedido de autorização para a Petrobras perfurar um poço de petróleo no litoral do Amapá. O órgão entendeu que o pedido de licença não continha garantias para atendimentos à fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo. Além disso, o Ibama apontou lacunas no pedido quanto à previsão de impactos da atividade em três terras indígenas em Oiapoque.

Silveira lembrou que o país não pode abrir mão, ainda, da fonte energética do petróleo e do gás, já que ainda há um grande déficit de gás. “Não há contradição de explorar a margem equatorial, já que o país está na vanguarda das políticas de transição energética com sua pluralidade de fontes energéticas.”

O ministro disse que tem pedido à Petrobras que modernize sua Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), e que a companhia já entendeu que precisa ser muito mais do que uma empresa de petróleo. Ela tem que ser uma empresa perene, de longo prazo e enxergar o que vai acontecer no mundo nas próximas décadas.

Silveira defendeu a recompra das refinarias vendidas pela Petrobras, pois traria mais previsibilidade e segurança aos investidores. O ministro destacou ainda a mudança na política de preços dos combustíveis da Petrobras, nacionalizando os preços e conseguindo diminuir os valores para o consumidor final.

“É claro que respeitamos a governança da Petrobras, mas ela não podia ficar em uma camisa de força do preço internacional. Vencemos esses obstáculos, com a companhia anunciando uma nova política de preços e a reoneração dos combustíveis”, destacou Silveira.

Por fim, o ministro criticou a política atual da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que tem promovido fortes cortes na oferta de barril de petróleo para o mercado internacional. “Essas oscilações de preços são muito ruins para o mercado internacional e, consequentemente, reflete em algumas economias em desenvolvimento.”

BACIA POTIGUAR

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse ontem que a licença para Petrobras explorar Bacia Potiguar pode sair antes da Foz do Amazonas. Isso porque o processo na área do Rio Grande do Norte avançou uma etapa a mais na última semana. No entanto, ele também ressaltou que a decisão final será do Ibama.

A bacia Potiguar também está localizada na Margem Equatorial e o pedido de aprovação foi solicitado pela companhia ao pedido ao órgão ambiental antes do pedido para explorar a Foz do Amazonas.

Segundo Prates, a estatal fez simulação de vazamento na bacia, a chamada Avaliação Pré-Operacional (APO), a última etapa a ser realizada antes da liberação da licença e foi bem sucedida.