Ainda não dá para dizer que as taxas de juros atingiram o pico, afirma presidente do BCE

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde / Foto: BCE

São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) elevou suas taxas de juros em 0,25 ponto percentual (pp) nesta quinta-feira (14), em uma nova tentativa de controlar a inflação persistentemente alta na região. Durante a coletiva de imprensa após a reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, deixou em aberto a possibilidade de uma pausa no aperto monetário ainda neste ano.

Lagarde começou seu discurso afirmando que a decisão hoje não significa necessariamente que as taxas de juros atingiram seu pico. “Não estamos dizendo que estamos no pico, disse. Ela observou que a decisão foi tomada com base nas avaliações atuais e que o BCE continuará a depender de dados futuros para orientar sua política.

A presidente do BCE também foi vaga sobre a duração do aperto monetário atual. “Será que (o Conselho do BCE) discutiu ‘por tempo suficiente’? A resposta é não, porque também dizemos ao mesmo tempo que seremos dependentes de dados”, afirmou.

Segundo Lagarde, ainda existem riscos ascendentes para os preços. “Os riscos ascendentes para a inflação incluem potenciais pressões ascendentes renovadas sobre o custo da energia e dos alimentos, condições climáticas adversas e o desenrolar da crise climática em geral poderá fazer subir os preços dos alimentos mais do que o esperado”, observou.

Sobre as projeções macroeconômicas divulgadas no comunicado oficial, a dirigente observou que a região está passando por “um período de cerca de cinco trimestres de crescimento muito, muito lento”.

“Os riscos para o crescimento econômico estão inclinados para o lado negativo. O crescimento poderá ser mais lento se os efeitos da política monetária forem mais fortes do que o esperado ou se a economia mundial enfraquecer, por exemplo devido a um novo abrandamento na China”, disse Lagarde.

Lagarde reconheceu que a economia da zona do euro permanecerá moderada nos próximos meses. “Os tempos difíceis são agora e a recuperação que prevíamos será adiada para 2024”, projetou.