Adriano Pires recusa indicação à presidência da Petrobras

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Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo – O Ministério de Minas e Energia confirmou que Adriano Pires apresentou carta ao Governo declinando em aceitar sua indicação à Presidência da Petrobras, por motivos pessoais.
No domingo (3, Rodolfo Landim, o primeiro indicado pelo governo brasileiro para ser
o novo presidente do Conselho de Administração da Petrobras, divulgou nota informando que desistiu da indicação. Segundo Landim, o motivo dessa decisão é estar totalmente focado em sua posição como presidente do Flamengo.
Pires é fundador e dirigente de uma empresa de consultoria, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que há mais de 20 anos presta serviços para as principais multinacionais de petróleo, gás e energia, situação a conflitar com os dispositivos da Lei 12.813/2013, segundo o subprocurador-geral Lucas Furtado, autor da representação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que disse ver “um quadro de extrema gravidade para a necessária isenção que se espera de um futuro dirigente da
maior empresa brasileira”.
Ele pediu que o tribunal adote medidas para avaliar se os órgãos de controle do Poder Executivo Federal estão adotando as providências necessárias para fiscalizar possível conflito de interesses a incidir sobre o novo indicado para a presidência da estatal, o economista Adriano Pires.
De acordo com o site “Poder 360”, do qual Adriano Pires é articulista, outra razão para a desistência de Pires é o fato de que o executivo teria que de se desfazer totalmente da sua consultoria, que não poderia ser presidida nem por seu filho, o que não é permitido pela Lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, que impede que um executivo da empresa tenha parentes atuando no mercado para empreendimentos que possam ser considerados concorrentes.
Em seu site, o CBIE informa que presta ou prestou serviços para empresas como Shell, Supergasbras, Ultra, Ultragaz, Unica, Vale, Abicom, Abegás, Ale, Chevron, Comerc Energia, Comgás, entre outras. Além disso, Pires pode ficar apenas nove meses na estatal, caso Bolsonaro não seja reeleito presidente da República.