Acho que ainda não estamos sendo restritivos como deveríamos, diz Kashkari, do Fed

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O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari / Foto: Fed Minneapolis

O presidente do Fed Minneapolis, Neel Kashkari, em uma entrevista hoje (27) mais cedo na CNBC, disse não acreditar que as taxas estejam altas o suficiente para conter a inflação.

“Acho que ainda não estamos tão restritivos como devemos ser. O consumo privado permanece robusto, crescimento do PIB continua em ritmo de alta, e dois dos setores que costumam sentir as altas dos juros, o de carros e de habitação, chegaram a cair, mas em alguns casos mostraram recuperação”, afirmou.

Por conta disso, ele ainda prefere ter cuidado sobre os próximos movimentos. Além disso, ele afirmou que a inflação vem caindo e, por isso, o ritmo de subida nos juros vem reduzindo. “Começamos a subir 0,75 pp, depois 0,25 pp, depois uma pausa, depois outro aumento, e depois outra pausa. Estamos permitindo que os dados cheguem até nós para vermos o quão eficazes estamos sendo com a economia e se é necessário fazer mais”.

Mas ele não acredita que, mesmo com a inflação em queda, os juros devem cair imediatamente. “Fizemos muitos progressos com a inflação começando a cair e espero que continue assim. Caso a inflação continue caindo, os juros continuarão altos”.

Ao ser perguntado sobre se o aumento dos preços do petróleo teria influência na inflação, Kashkari disse não acreditar nisso. “Olhamos para o núcleo da inflação, não olho para a subida dos preços de energia. Não acredito que eles terão efeito sobre a inflação, embora isso afete a economia”.

Ao falar sobre a greve dos trabalhadores do setor automotivo, que pedem aumento nos salários, o presidente do Fed Minneapolis disse concordar com o pleito. “Queremos que os trabalhadores tenham rendas mais altas, e ao mesmo tempo vemos como as greves modelam a economia dos Estados Unidos. Historicamente as greves não costumam ter um grande impacto na economia norte-americana, mas este é um cenário que estamos observando. Prestamos atenção aos contratos de trabalho para ver se eles têm efeito na inflação, o que eles significam para o futuro da inflação e se a expectativa da inflação está anexada na economia”, concluiu.