Ação da Magazine Luiza cai após resultados acima das projeções de analistas

375
Fachada de Loja do Magine Luiza

São Paulo – As ações de Magazine Luiza acompanham o recuo das concorrentes Lojas Americanas e Via após a apresentação de fortes resultados do segundo trimestre, que surpreenderam positivamente diversos analistas. Às 15h03 (horário de Brasília) o papel da empresa (MGLU3) tinha queda de 3,76%, a R$ 20,18.

A Levante Idéias de Investimento elogiou os resultados, que considerou que surpreendeu positivamente em termos de geração de caixa e ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), porém o crescimento de receita foi abaixo do esperado.

“Mesmo com este ponto negativo, o crescimento nas vendas foi superior ao de suas principais concorrentes, Via e Americanas, por isso esperamos impactos positivos nas ações da companhia no curto-prazo”, comentaram seus analistas.

O Bank of America (BofA) manteve a recomendação de compra e o preço-alvo em R$30,00, destacando que apesar da perda com vendas e despesas operacionais associada ao fechamento de lojas em abril pelo agravamento da pandemia, a companhia conseguiu manter níveis de despesas historicamente baixos. Com isso, os analistas esperam uma normalização das tendências operacionais neste trimestre e maior agressividade em logística para acelerar as entregas de produtos.

Em relação às projeções, os analistas citam dificuldade em realizar comparações futuras e que os esforços da companhia em logística, sortimento, funcionalidade e fintech ainda podem gerar crescimento.

A companhia pode avançar mais com a integração da AiQfome com o superapp Magalu, especialmente em maior colaboração de dados para aumentar a adesão do consumidor, e esperam que a integração do supermercado virtual VipCommerce seja concluída até o final do ano, o que deve mais do que dobrar seu mercado endereçável. Também acreditam que o cartão de crédito da companhia oferece um forte pontencial de monetização para a companhia à medida que desenvolve a funcionalidade fintech.

A Ativa também cita recomendação de compra com preço-alvo de R$27,00, após resultado em linha com as suas expectativas e crescimento do GMV superando suas projeções.

“A companhia continuou movimento de crescimento nas vendas online, tanto no 1P como no 3P. Além disso, mesmo com as restrições e lockdowns, no mês de abril, as lojas físicas da companhia tiveram boa performance. No quesito experiência do cliente, vemos a companhia melhorando cada vez mais sortimento, logística e funcionalidade da sua plataforma. Ademais, segue realizando aquisições que agregam valor para o ecossistema da companhia. De negativo, tivemos um pior resultado financeiro do que projetávamos, que impactou em 0,4p.p a margem líquida”, disse Ativa, em relatório.

O Bradesco BBI manteve a classificação neutra e o preço-alvo de R$27,00 para a ação da varejista, destacando que os resultados vieram fortes e bem acima do esperado por seus analistas para o ano, refletindo crescimento expressivo do comércio eletrônico em uma base de comparação difícil, forte execução, especialmente em logística, mais consumidores comprando com mais frequência em uma gama mais ampla de categorias do que na pré-pandemia.

“Esperamos que esta forte execução de logística se intensifique ao longo do ano, já que a plataforma Magalu vai colocar mais foco nas janelas de entrega de uma hora de suas lojas, o que consideramos uma vantagem competitiva”, disse o time de análise do BBI, em relatório, antes de uma uma revisão da avaliação e dos números de sua cobertura de comércio eletrônico.