Braskem diz que fatiar a empresa é complexo e reforça crescimento

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Foto: Divulgação/Braskem

São Paulo – A Braskem disse que a informação de que estaria sendo “fatiada” envolve os sócios da companhia e que “fatiar a empresa” seria uma operação complexa.

“A Braskem tem projetos de crescimento e fatiar a companhia é complexo. A venda de participação na empresa envolve nossos sócios”, disse o presidente da empresa, Roberto Simões, à imprensa, com o evento sendo interrompido por um problema técnico neste momento.

Em julho, fontes próximas ao processo disseram que a transação envolvendo a venda da participação de 38,3% da Novonor (ex-Odebrecht) na companhia poderia ser feita em blocos de ativos por região para diferentes compradores, segundo reportagem do jornal “Valor Econômico” publicada no dia 19.

“Estamos apoiando o acionista na venda da participação e, a princípio, todos os ativos estão à venda, depende do tamanho do cheque”, disse, mais tarde, na teleconferência com investidores, respondendo uma pergunta sobre a operação.

A Braskem disse que espera um crescimento de 26% do mercado de resinas em 2021 em relação ao ano passado, mas que havia uma demanda reprimida no ano passado, depois seguida por forte expansão no segundo semestre. A companhia espera uma recuperação mais acentuado dos mercados em que atua na segunda metade deste ano.

A petroquímica disse que retomará investimentos, que foram represados em 2020 por conta da covid-19. Atualmente, está investindo na flexibilização da produção na Bahia e em ampliação da planta do Rio Grande Sul.

“Temos escritório em Singapura e olhamos para a Ásia como uma oportunidade de crescimento, pela importância e potencial de crescimento da região. Nos projetos mais óbvios são a expansão da planta do México e no Brasil”, acrescentou o executivo, na teleconferência com investidores.

A empresa também busca retornar ao nível de risco de grau de investimento, com a manutenção da alavancagem em 2,5 vezes, aumento da liquidez e geração de caixa positiva. Os executivos destacaram a redução da dívida bruta em R$1,7 bilhão, o atual nível de alavancagem em 1,1 vezes e o perfil alongado de sua dívida, além de liquidez de US$ 2,3 bilhões e geração livre de caixa de R$1,5 bilhão ao final do segundo trimestre.

PROJEÇÕES

A Braskem informou projeção de aumento de produção e vendas de eteno e polietileno no Brasil e no México no terceiro trimestre, ante o o intervalo anterior, devido à normalização da operação na central petroquímica do ABC, em São Paulo, após parada programada no segundo trimestre e por expectativa de incremento do fornecimento de etano dos Estados Unidos, em função da maior disponibilidade de produto.

Nos Estados Unidos e Europa, por sua vez, a produção e as vendas devem ficar estáveis, na mesma base de comparação, devido à estabilidade nestes mercados.

Os spreads petroquímicos devem aumentar nos Estados Unidos em PP-Propeno, a níveis mais saudáveis, em função, principalmente, da manutenção da demanda satisfatória da resina. Já no Brasil e Europa, a companhia espera redução dos spreads de PP e PVC e PP-propeno, em função de fim do período de paradas programadas de produtores da região e maior fluxo de produto importado.

A petroquímica espera que a demanda local por PE-Nafta permaneça saudável e mantenha os spreads ainda em patamares acima do ciclo de alta, assim como no México, o que deve manter a relação entre preços e custos de PE-Etano nos Estados Unidos em linha no próximo trimestre, segundo apresentação da empresa ao mercado.

ALAGOAS

Até julho, a companhia pagou R$ 1,3 bilhão por compensações aos danos causados pela atividade extrativista em Maceió (AL), teve 13.807 imóveis desocupados (quase 96% do total necessário) e 8.298 propostas apresentadas, que tiveram 99,7% de aceitação.

A companhia assinou acordos com o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual, a Defensoria Pública da União e a Defensoria Pública do Estado de Alagoas para compensar os moradores dos bairros atingidos, fechar os poços de sal na região e reparar danos socioambientais e urbanísticos. Por conta do acordo, a empresa fez o provisionamento de R$ 10,2 bilhões havendo saldo atual de R$ 7,7 bilhões.

“A companhia não pode descartar desdobramentos relacionados ao tema ou a seus gastos associados, e os custos a serem incorridos pela Braskem poderão ser diferentes de suas estimativas ou provisionado”, informou a empresa, em apresentação para investidores.