Plano estratégico 2020-224 prevê capex de US$ 75,7 bilhões

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Por Leandro Tavares

São Paulo – A Petrobras divulgou o seu novo plano estratégico para o período 2020-2024, no qual prevê um capex de US$ 75,7 bilhões, enquanto os desinvestimentos devem somar de US$ 20 a 30 bilhões, sendo a maior concentração nos anos de 2020 e 2021.

Do total a ser investido, 85% serão alocados na área de Exploração & Produção (E&P). segundo a estatal, essa alocação está aderente ao posicionamento estratégico, com foco nos ativos de E&P, especialmente no pré-sal, nos quais a empresa tem vantagem competitiva e geram mais retorno para os investimentos.

O plano conta com três métricas de topo. A previsão é que a taxa de acidentados registráveis por milhão de homens-hora (TAR) fique abaixo de 1,0, enquanto a dívida líquida por ebitda ajustado abaixo de 1,5 vez e o Delta do Valor Econômico Agregado (EVA, na sigla em inglês) consolidado seja de US$ 2,6 bilhões.

De acordo com a estatal, a meta de alavancagem para 2020 permanece em 1,5 vez. Em 2021, a Petrobras planeja atingir uma dívida bruta de US$ 60 bilhões o que, na visão da empresa, aumentará a remuneração aos acionistas em linha com a nova política de dividendos.

A curva de produção de óleo e gás estimada no período 2020-2024 indica um crescimento contínuo, sendo a meta de produção total de 2,7 milhões de boed# em 2020, 2,9 milhões de boed em 2021, 3,1 milhões de boed em 2022, 3,3 milhões de boed em 2023 e 3,5 milhões de boed em 2024. Para 2020, porém, a meta pode variar 2,5% para mais ou para menos.

A curva de produção de óleo e gás estimada no período indica um crescimento contínuo, sendo que durante o período está prevista a entrada em operação de 13 novos sistemas de produção, sendo todos alocados em projetos em águas profundas e ultra profundas.

“A companhia decidiu apresentar uma visão de produção comercial, a fim de representar o impacto econômico da produção nos resultados da companhia, deduzindo da sua produção de gás natural os volumes de gás reinjetados nos reservatórios, consumidos em instalações do E&P e queimados nos processos produtivos”, diz o comunicado.

Além disso, a curva de produção não contempla desinvestimentos, com exceção de cerca de 100 milhões de boed, relativos aos campos na Nigéria e de Tartaruga Verde, cujas transações já foram assinadas e os fechamentos estão próximos de ocorrer.

Para 2019, a produção de óleo reflete principalmente as perdas de volumes relacionados ao declínio natural dos campos maduros e à maior concentração de paradas de produção para o aumento da integridade dos sistemas, parcialmente compensados pelo ramp-up das novas plataformas. No longo prazo, porém, a trajetória de crescimento é suportada pelos novos sistemas de produção – majoritariamente no pré-sal, com maior rentabilidade e geração de valor – e pela estabilização da produção na Bacia de Campos.

Em relação a geração de caixa, a companhia explicou que será decorrente da maior eficiência projetada, do controle de gastos e dos recursos financeiros em função da gestão ativa de portfólio. “Isso permitirá uma redução gradativa da dívida bruta, com consequente diminuição das despesas com juros e aumento nos valores estimados de distribuição de dividendos, através da nova Política de Dividendos da companhia, gerando uma maior remuneração para os acionistas”.

A estatal ressalta que, ao antecipar fluxo de caixa operacional via desinvestimentos de ativos, ela realizará seus investimentos, reduzindo seu endividamento, sem necessidade de novas captações líquidas no horizonte do plano estratégico.

Por fim, a Petrobras explica que até o momento já avançou em uma série de ações de descarbonização em seus processos, que envolvem redução da queima de gás natural em flare, reinjeção de CO2 e ganhos de eficiência energética.

A empresa estipulou 10 compromissos com a agenda de baixo carbono e sustentabilidade, baseado em crescimento zero das emissões, zero queima de rotina em flare até 2030, reinjeção de mais ou menos 40 milhões de toneladas de CO2 até 2025, redução de 32% na  intensidade de carbono no segmento de E&P até 2025, redução de 30% a 50% na intensidade de emissões do metano no segmento de E&P até 2025, redução de 16% na intensidade de carbono no refino até 2025, redução de 30% na captação de água doce com foco no aumento do reuso até 2025, crescimento zero na geração de resíduos de processo até 2025, além de 100% das instalações em biodiversidade até 2025 e manutenção dos investimentos em projetos socioambientais.

A Petrobras explicou que este novo plano estratégico traz uma agenda transformacional, que visa eliminar gap de performance que separa a estatal das melhores empresas globais de petróleo e gás, focado na maximização do retorno sobre o capital empregado, a redução do custo de capital, a busca incessante por custos baixos, a meritocracia e o respeito às pessoas, meio ambiente e segurança.

A partir deste plano, a companhia passa a usar o indicador econômico EVA que representa o início de uma nova avaliação de desempenho que tem como foco a geração de valor.

Em comunicado, a petrolífera ressaltou que a empresa do futuro terá retorno operacional superior ao seu custo de capital, posicionada em ativos de classe mundial, com operação focada em óleo e gás, avançando na exploração e na produção do pré-sal, um parque de refino eficiente, com capacidade para processar 1,1 milhão de bpd.

A companhia afirmou que continuará atuando em pesquisas buscando adquirir competências para o eventual posicionamento no longo prazo em energia eólica e solar.