Analistas vislumbram atraso em fusão de Rede D’Or e SulAmérica por recursos aceitos pelo Cade

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São Paulo – A Levante Investimentos acredita que a fusão entre Rede DOr e SulAmérica pode demorar, já que na última terça-feira o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)aceitou nove recursos contra a fusão entre a Rede DOr (RDOR3) e SulAmérica (SULA11). Essa decisão é contra o parecer positivo, fornecido pela superintendência-geral da autarquia, que apresentou sinal verde ao acordo, sem restrições ou remédios à operação. Para os analistas da Levante, esses recursos atrasam a consolidação da fusão entre Rede DOr e a SulAmérica, e a extração de sinergias numa companhia verticalizada.

A solicitação que foi realizada pelos entes: Hospital Oswaldo Cruz, AC Camargo, Supermed, HCor, HSL, Hospital Albert Einstein, Mater Dei e Beneficência Portuguesa, entre outros, foi aceita, e agora deverá passar pelo tribunal do Cade o que pode levar período maior para consolidação do deal. Os concorrentes alegam uma concentração de mercado excessiva, ampliação a barreiras de entrada e até conflitos de interesse por parte das companhias.

“Sob outra perspectiva, a fusão poderia ampliar o oferecimento de serviços de saúde à população, de modo que a Rede DOr considerara vender sua participação na Qualicorp (654 milhões de reais), numa sinalização de “boa política”, ante os argumentos de concentração de mercado”, diz análise. Nada está definido, no entanto, e a companhia tem dez dias para se manifestar sobre a decisão, o que pode atrasar seus planos de verticalização.

O prazo máximo para decisão do Cade é de 240 dias, ao passo que o deal também deve passar pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pelo Banco Central (Bacen), mas costumeiramente, a decisão da autarquia (Cade) costuma ser primordial na consolidação de operações dessa dimensão, segundo informou a Levante.

A Genial lembrou que com a situação delicada pela qual passam as operadoras após 3 anos de pandemia e que o maior número de exames e procedimentos, fruto da maior preocupação com a saúde e do represamento de operações eletivas dos primeiros anos de pandemia, somada a alta inflação médica do período, tem mantido os níveis de sinistralidade em patamares elevados. “Vale destacar que esse cenário é propício para consolidadores do mercado, como Hapvida (HAPV3) e Sulamérica (SULA11), que se beneficiam de maior resiliência e podem adquirir operadoras em situação financeira debilitada”, ressaltou, sem tocar na fusão com a Rede DOr.