Vendas no varejo ficam abaixo das projeções em fevereiro

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Foto: energepic.com / Pexels

As vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, avançaram 0,60% em fevereiro em relação a janeiro, depois de recuo de +0,2% no mês anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio aquém da previsão, de alta de 0,90%, conforme  mediana calculada pelo Termômetro CMA.

Já na comparação com fevereiro de 2020, as vendas no varejo recuaram 3,80%, também ficando aquém da previsão de -2,50%. Com isso, as vendas do varejo restrito acumulam queda de 2,1% no ano e alta de 0,4% em 12 meses até fevereiro.

Em relação ao comércio varejista ampliado, que incluem veículos e material de construção, as vendas interromperam duas quedas seguidas e subiram 4,1% em fevereiro em relação a janeiro, ainda segundo o IBGE. Já na comparação com fevereiro de 2020, as vendas do varejo ampliado registraram queda de +1,90%. Com isso, o comércio varejista ampliado acumula quedas de 10,1% no ano e de -15,9% em 12 meses até fevereiro.

Em base mensal, quatro das oito atividades pesquisadas do comércio restrito registraram alta da atividade, com destaque para livros, jornais, revistas e papelaria (+15,4%). No entanto, essa atividade teve queda de 41% sobre fevereiro de 2020. As demais altas na passagem de janeiro para fevereiro de 2021 foram nas atividades de móveis e eletrodomésticos (+9,3%); tecidos, vestuário e calçados (+7,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+0,8%).

Considerando o varejo ampliado, as vendas no segmento de material de construção aumentaram de 2,0%, enquanto o segmento de veículos, motos, partes e peças avançaram 8,8% na passagem de janeiro para fevereiro. 

Já na comparação com um ano antes, cinco das oito atividades registraram movimento negativo no varejo restrito, enquanto no varejo ampliado a atividade ligada aos automóveis recuou 3,8%, enquanto o segmento ligado a reformas e construção saltaram 17,9%.

Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, com o resultado de fevereiro, o varejo brasileiro está apenas 0,4% acima do observado no período anterior à pandemia, exatamente um ano antes.

“O rendimento médio das famílias de baixa renda chegou a aumentar 130% com o auxílio emergencial e, por isso, o período de maio e outubro foi muito bom para o comércio varejista, que chegou a atingir patamar 6,5% acima do período pré-pandemia. Em dezembro, no entanto, o valor do auxílio diminuiu e, em janeiro, deixou de existir, e isso reduziu o consumo”, explicou ele.