Variante Delta pode prejudicar recuperação econômica na zona do euro

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Foto: União Europeia (UE)

São Paulo – A propagação da variante Delta do novo coronavírus e as restrições nas cadeias de suprimentos podem prejudicar a recuperação econômica da zona do euro, de acordo com a ata da reunião do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) realizada nos dias 21 e 22 de julho.

“A crescente disseminação da variante Delta pode prejudicar a recuperação, especialmente em serviços como turismo e hospitalidade. Além disso, as restrições de oferta continuaram a restringir a produção em alguns setores”, diz o documento.

“A intensificação das interrupções da cadeia de abastecimento global que se estava a tornar evidente, por exemplo, em prazos de entrega mais longos ou na escassez de chips de computador, levou a um declínio na produção industrial nas três maiores economias da zona do euro em maio”, segundo a ata, em referência à Alemanha, França e Itália.

Segundo a ata, os riscos para as perspectivas permaneceram equilibrados, com riscos negativos relacionados “à possibilidade de uma nova intensificação da pandemia devido à disseminação de variantes mais agressivas do vírus ou gargalos de abastecimento mais persistentes”.

Com relação ao ambiente externo, os membros concordaram que a atividade econômica global e o comércio continuaram a melhorar, apesar da quarta onda do novo coronavírus se espalhando pelo mundo, e que medidas menos rigorosas seriam adotadas pelas autoridades.

“Ao mesmo tempo, expressou-se preocupação com a situação nas economias emergentes, onde as campanhas de vacinação estavam muito menos avançadas. Além disso, o comércio continuou a ser fortemente afetado por gargalos de abastecimento e aumento dos custos de transporte, e ainda dependia da evolução futura da pandemia. Nesse ambiente, as perspectivas para o comércio global foram consideradas altamente incertas”.

Por fim, os membros concordaram que uma quarta onda do novo coronavírus teria um impacto mais limitado à saúde devido ao aumento das taxas de vacinação, por exemplo, em termos de hospitalização e pressão nas unidades de terapia intensiva.

“Uma quarta onda provavelmente também resultaria em medidas de contenção menos rigorosas e teria um impacto econômico geral mais limitado. Nesse contexto, assinalou-se que a correlação entre as medidas de contenção e o custo econômico da pandemia estava mudando ao longo do tempo”.

Na reunião de julho, o BCE manteve suas principais taxas de juros e seus programas de compras de ativos inalterados, e anunciou revisões em suas orientações futuras, indicando que os juros não subirão até que o BCE veja a inflação alcançar 2% bem antes de seu horizonte de projeção e permaneça na meta de forma duradoura.