Vale e Petrobras puxam queda do Ibovespa no início da tarde

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São Paulo – A declaração do presidente Jair Bolsonaro ontem, a respeito da Petrobras não poder ser uma empresa com grandes lucros, e o resultado abaixo do esperado da Vale no terceiro trimestre, motivado principalmente pela redução nos preços internacionais do minério de ferro, mantêm o Ibovespa em território negativo no início da tarde.
No mercado de câmbio, o dólar opera perto da estabilidade, mas em leve alta, recebendo suporte de receios com a trajetória da dívida pública e a capacidade do governo de encaixar o Auxílio Brasil no orçamento e no teto de gastos, visto que até agora o Congresso ainda não aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios – legislação que resolveria ambos os problemas. O texto deveria ter sido votado na Câmara dos Deputados nesta semana, mas a votação foi adiada para a próxima quarta-feira.
Para o analista Luiz Henrique Wickert, o imbróglio em relação à PEC dos precatórios e sem a possibilidade de aprovação deixa o investidor inseguro. “O mercado está totalmente às escuras se a PEC será aprovada, mas a chance é de que não haja quórum e quanto ao Auxílio Brasil, o movimento é o mesmo de incerteza se será por meio do teto extraordinário ou a necessidade de decretação de estado de calamidade pública para pagar o extra teto”.
Entre os juros, as taxas operam em queda após dados mostrarem que o resultado das contas públicas em setembro foi superavitário – um indício de que, ao menos até ali, as contas públicas estavam sob controle, o que diminuiria a pressão inflacionária vinda dos gastos do governo e a necessidade de elevar ainda mais a taxa básica de juros (Selic).
Para Flávio Serrano, head de análise macroeconômica da Greenbay Investimentos, há também um processo de correção na curva com noticiário relativamente neutro: “A abertura em alta foi um rescaldo do dia de ontem, muito pressionado. Esse processo se estendeu, mas não teve volume significativo”, diz. “O noticiário está neutro, então vemos um princípio de processo de correção, mas o mercado segue super arisco, é necessário observar de perto a questão fiscal”.
Veja como estava o mercado por volta das 13h30 (de Brasília):
IBOVESPA: 104.687 pontos (-0,96%)
DÓLAR À VISTA: R$ 5,6510 (+0,44%)
DÓLAR FUTURO (NOV): R$ 5.642,00 (+0,06%)
DI JAN 2022: 8,384% (-0,016 pp)
DI JAN 2023: 12,225% (-0,175 pp)
DI JAN 2025: 12,280% (-0,230 pp)