São Paulo – A Vale e a produtora francesa de DRI GravitHy assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) para buscar soluções focadas em um processo de produção de aço neutro em carbono, utilizando a inovadora tecnologia de briquetes de minério de ferro da Vale. As empresas avaliarão conjuntamente a construção de uma planta na unidade da GravitHy em Fos-sur-Mer, na França, para produzir briquetes para redução direta a partir do minério de ferro da Vale.
A Vale disse que a primeira planta de Direct Reduction Iron (DRI, também conhecido como ferro-esponja) da GravitHy deve iniciar sua produção em 2027 em Fos-sur-Mer. A planta foi projetada para produzir DRI usando hidrogênio como combustível redutor, diminuindo substancialmente as emissões de carbono na cadeia siderúrgica quando comparada à produção de ferro-gusa por meio da rota integrada BF-BOF. Espera-se que a planta de DRI a ser construída pela GravitHy tenha capacidade de produção de 2mtpa e investimentos de 2 bilhões de euros. A construção está prevista para ter início em 2024.
Rogério Nogueira, diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios da Vale, disse: “A Vale está comprometida em fornecer soluções de baixa emissão de carbono para a indústria siderúrgica global. A GravitHy é um bom exemplo de um mercado siderúrgico em transformação, no qual novos participantes assumem o desafio de utilizar o hidrogênio para produzir DRI de baixo carbono para abastecer uma capacidade de produção de EAF (forno elétrico) que deverá crescer. Estamos felizes em trabalhar com um pioneiro na produção de DRI com base em H2, pois acreditamos nas características excepcionais de nossos briquetes de minério de ferro para a produção de DRI”.
Ao comentar sobre o MoU, José Noldin, CEO da GravitHy, disse: “A descarbonização da produção de aço é um grande desafio e exige soluções inovadoras, não apenas em tecnologia, mas também em produtos e novos modelos de negócios. Estamos muito satisfeitos em iniciar essa colaboração com a Vale para avaliar sua tecnologia de briquetagem exclusiva e de última geração, que pode ser um divisor de águas nas soluções de baixo carbono oferecidas pelo setor de mineração”.
A Vale disse que o MoU reforça sua confiança na rota de redução direta e no uso de hidrogênio para permitir a descarbonização da siderurgia. A Vale tem o compromisso de reduzir 15% das emissões líquidas do Escopo 3 até 2035. Desde 2021, a Vale se engajou com mais de 30 clientes siderúrgicos, representando aproximadamente 50% das emissões de Escopo 3 da empresa. Além disso, a Vale busca reduzir suas emissões absolutas de Escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e atingir zero líquido até 2050, em linha com o Acordo de Paris, liderando o caminho para a mineração sustentável.
Em 3 de maio, a Vale informou que testou com sucesso um novo tipo de briquete de minério de ferro, adaptado para a rota de redução direta, que contribuirá para a descarbonização da produção de aço. O novo tipo de briquete emite cerca de 80% menos CO2 do que as pelotas em sua fabricação, reduzindo as emissões diretas e indiretas da empresa (escopos 1 e 2).