União Europeia anuncia plano de US$ 49 bilhões para fabricação de chips

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen / Foto : União Europeia

São Paulo – Uma proposta anunciada pela União Europeia (UE) para aumentar a produção de microchips planeja liberar US$ 49 bilhões em financiamento para pesquisas e novas instalações e fábricas, parte do esforço econômico do bloco para impulsionar sua independência comercial.
A Comissão Europeia (CE), braço executivo da UE, anunciou o pacote, denominado de “European Chips Act”, que permitirá gastos adicionais de mais 15 bilhões de euros (US$ 17,11 bilhões) em investimentos públicos e privados até 2030. A cifra é superior aos 30 bilhões de euros de investimentos públicos que já haviam sido previamente destinados.
“A demanda global por chips está num crescimento exponencial. Os semicondutores estão no centro da corrida tecnológica global e são essenciais nos utensílios que usamos no dia-a-dia”, afirmou a presidente da CE, Ursula von der Leyen, num discurso publicado em sua página no Twitter.
O esforço para aumentar a produção de semicondutores na Europa vem em meio a uma crise global de oferta que no último ano afetou uma gama de produtos, como carros, smartphones e aparelhos domésticos.
“A pandemia também expôs a vulnerabilidade das cadeias de produção globais de chips. Todos sabem que a escassez realmente desacelerou nossa recuperação”, disse von der Leyen.
As últimas propostas ainda não foram discutidas e aprovadas pelos Estados-membros europeus e pelo parlamento. No entanto, eles vêm em um momento em que a UE está procurando intensificar seu papel no mundo da tecnologia.
Os Estados Unidos e a China também propuseram este ano financiamento significativo para a indústria de semicondutores em uma tentativa de aumentar a produção nacional.
A Intel, gigante americana do setor, anunciou no mês passado investimentos na casa dos U$$ 20 bilhões na construção de oito fábricas em Ohio, fortalecendo a retomada da produção de semicondutores dentro dos Estados Unidos.
Mesma linha seguiu a chinesa Huawei, que após ser bloqueada pelos Estados Unidos de comprar muitos dos chips que precisa, intensificou investimentos em empresas que estão aceleradas na construção de uma a cadeia de semicondutores na China.
A gigante chinesa de tecnologia está investindo nas empresas através de um fundo que lançou em 2019, na época em que Washington começou a impor proibições de exportação na Huawei.