UE está preparada para Brexit sem acordo comercial com Reino Unido

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen / Foto : União Europeia

São Paulo – A União Europeia (UE) está preparada para o fim do período de transição pós-Brexit, em 31 de dezembro, sem um acordo comercial com o Reino Unido, disse a presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, Ursula von der Leyen.

“Os próximos dias serão decisivos. A União Europeia está bem preparada para um cenário sem acordo, mas é claro que preferimos um acordo”, disse ela, em depoimento ao Parlamento Europeu antes da próxima reunião entre os chefes de Estado e de governo da UE, nos dias 10 e 11 de dezembro.

Von der Leyen destacou que houve progressos nas negociações sobre questões importantes, como a aplicação da lei e a cooperação judiciária; a coordenação da segurança social e um possível texto final sobre bens, serviços e transporte.

“No entanto, ainda existem três questões que podem fazer a diferença entre um acordo e nenhum acordo”, disse, citando que diferenças permanecem sobre igualdade de condições, governança e pesca.

“Com muito pouco tempo pela frente, faremos tudo ao nosso alcance para chegar a um acordo”, disse. “Mas não estamos prontos para questionar a integridade do nosso mercado único”, afirmou, destacando a importância de estabelecer mecanismos para garantir que a concorrência seja livre e justa.

Além disso, ela disse haver problemas sérios sobre os auxílios estatais, para garantir padrões comuns de direitos trabalhistas e sociais, meio ambiente, mudança climática e transparência tributária. “Um sistema de governança forte é essencial para garantir que o que foi acordado seja realmente feito”.

Com relação às pescas, ela disse que ninguém questiona a soberania do Reino Unido nas suas próprias águas, “mas pedimos previsibilidade e garantias aos nossos pescadores e mulheres, que navegam nestas águas há décadas, senão séculos”.

Por fim, ela disse confiar plenamente no negociador-chefe da UE, Michel Barnier, e que está ciente dos desafios da situação. “Mas uma coisa é clara: seja qual for o resultado, deve haver – e haverá – uma diferença clara entre ser um membro de pleno direito da União e ser apenas um parceiro valioso”.