UE eleva previsão econômica para zona do euro e alerta sobre variante

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O chefe de Assuntos Econômicos e Financeiros da Comissão Europeia, Paolo Gentiloni / Foto: União Europeia

São Paulo, 7 de julho de 2021 – A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), revisou para cima a projeção de crescimento da economia da zona do euro para este ano e o próximo, citando uma recuperação mais rápida o que o previsto anteriormente.

Para 2021, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu para 4,8%, de 4,3% previstos no relatório anterior, de maio. Para 2022, a previsão subiu de 4,4% para 4,5%. No ano passado, houve queda de 6,5%, devido aos impactos da pandemia.

Com relação à União Europeia como um todo, a previsão de alta do PIB subiu de 4,2% para 4,8% em 2021, e de 4,4% para 4,5% em 2022, depois da queda de 6,0% no ano passado.

“O volume de produção deverá retornar ao nível anterior à crise (quarto trimestre de 2019) no último trimestre de 2021, um trimestre antes do esperado na previsão” anterior, diz a UE, citando que a atividade no quarto trimestre de 2022 permaneceria cerca de 1% abaixo do nível esperado antes da pandemia.

“Nossas economias conseguiram reabrir mais rápido do que o esperado graças a uma estratégia de contenção eficaz e ao progresso com as vacinações. O comércio tem se mantido bem, e as famílias e empresas também provaram ser mais adaptáveis à vida com a covid-19 do que o esperado”, disse o vice-presidente executivo da UE, Valdis Dombrovskis.

“Essa é a maior revisão em alta que fizemos em mais de 10 anos e está em linha com a confiança das empresas atingindo um recorde de alta nos últimos meses”, afirmou o chefe da UE para Economia, Paolo Gentiloni. “Para manter a recuperação no caminho certo, é essencial manter o apoio à política pelo tempo que for necessário”.

Segundo o relatório, a velocidade da recuperação variará significativamente entre os Estados membros, com alguns retomando níveis anteriores à pandemia no terceiro trimestre de 2021, e outros vão demorar mais. “A incerteza e os riscos em torno das perspectivas de crescimento são altos, mas permanecem equilibrados em geral”.

Já a ameaça representada pela disseminação e surgimento de variantes preocupantes ressalta a importância de um novo aumento rápido da vacinação completa, diz a UE.

INFLAÇÃO

Com relação à inflação, a Comissão Europeia revisou para cima sua projeção para este ano, de 1,7% para 1,9%, devido ao aumento dos preços da energia e das commodities, gargalos de produção devido à escassez de alguns componentes de insumos e matérias-primas e restrições de capacidade a demanda. A taxa estava em 0,3% no ano passado.

Para 2022, a projeção passou de 1,3% para 1,4%. “Presume-se que as pressões moderem gradualmente à medida que as restrições de oferta se resolvam, as carteiras de pedidos se dissipem e o crescimento da demanda se modere”, segundo a UE.

“A inflação pode ficar mais alta do que o previsto se as restrições à oferta forem mais persistentes e as pressões sobre os preços forem repassadas aos preços ao consumidor com mais força”, de acordo com o relatório da Comissão Europeia.

Dombrovskis disse que a UE vai acompanhar de perto os indicadores de preços. “Teremos que ficar de olho no aumento da inflação, que se deve, principalmente, ao fortalecimento da demanda interna e externa”, disse.