Turismo e transportes são mais afeitados por pandemia, diz BCE

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Eurotower, sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt / Foto: BCE

São Paulo – As medidas de bloqueio adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus estão tendo um impacto significativo no comércio de serviços da zona do euro, em particular nas viagens e transporte de passageiros, diz relatório do Banco Central Europeu (BCE).

O banco destacou que o setor global de viagens sofreu graves interrupções, como resultado de restrições de viagens e do fechamento de atrações turísticas. “Mais de 110 países interromperam a entrada de viajantes e quase todos os países adotaram restrições de algum tipo”.

Alguns países adotaram proibições completas de viagem, enquanto outros proibiram a viagem apenas de áreas com um alto número de infecções. “O turismo é fortemente afetado, especialmente as viagens internacionais”, de acordo com o documento.

“Mesmo depois que as severas medidas de bloqueio foram retiradas, a pandemia está provocando efeitos duradouros no setor através da aversão ao risco e de uma mudança nas preferências”.

O comércio líquido de viagens contribuiu com 42 bilhões de euros para o superávit de 68 bilhões de euros na balança comercial de serviços em 2019. As exportações de serviços fora da zona do euro totalizaram 988 bilhões de euros, dos quais 124 bilhões de euros vieram de viagens, 17% do total.

Já o setor de transportes responde por 16% e inclui transporte de passageiros. “O setor de aviação enfrenta fortes ventos contrários, pois as viagens globais são severamente afetadas pelas medidas de contenção da covid-19”, segundo o BCE.

Na Itália, Espanha, França e Alemanha, a capacidade de voo caiu mais de 90% em comparação com o mesmo período de 2019. “O colapso na capacidade de voo entre regiões é sem precedentes na história da aviação”.