Técnicos estão finalizando texto do pacote de corte de gastos, que será apresentado a Lula nesta semana, diz Rui Costa

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O ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

De Dylan Della Pasqua

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse hoje, em entrevista à Globonews, que os técnicos do governo estão alinhando o texto do pacote de medidas para cortar gastos e que em seguida apresentarão o documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso deve ocorrer ainda esta semana. Costa não quis adiantar detalhes ou a data do anúncio do tão esperado conjunto de medidas.

“Os detalhes ou o anúncio serão feitos quando o presidente Lula designar. As principais diretrizes já foram dadas por ele. Estamos fazendo os ajustes e colocando no papel. Não posso antecipar a data pelo presidente”, disse o ministro, ressaltando que os volumes de investimentos em educação e saúde serão mantidos. “Lula tem compromisso com com a inclusão social, mas não abre mão do equilíbrio fiscal”, completou Costa.

Costa acrescentou que a junta orçamentária seguirá fazendo o controle cotidiano dos gastos e que deverá anunciar amanhã, através da ministra do Planejamento, Simone Tebet, o valor do bloqueio para cumprir a meta fiscal zero, em torno de R$ 5 bilhões. Em relação ao pacote, o ministro acrescentou que a ideia é diminuir a especulação do mercado sobre um possível desalinhamento futuro da relação de gastos e receita e também indicar um futuro de taxas de juros mais baixas.

Costa reiterou que o atual governo está cumprindo a risca o arcabouço fiscal. “Estamos perseguindo o déficit primário zero e governo já fez um esforço gigantesco neste sentido. O ministro disse que sua relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não podia estar melhor. “Só love”, brincou o chefe da Casa Civil.

Costa também cobrou a responsabilidade do Legislativo e do Judiciário no comprometimento com as contas públicas. “O corte não pode estar restrito a só um pode”, disse, referindo-se ao texto aprovado pelos parlamentares sobre as emendas. “A votação não está totalmente de acordo com o que foi acertado no Supremo Tribunal Federal”, questionou, garantindo que o governo vai insistir em incluir o termo “bloqueio” no projeto. “O Congresso aprovou o arcabouço e sabe que os cortes têm que ser proporcionais para o Três Poderes”.

Costa aproveitou a entrevista para ressaltar a agenda positiva proveniente do encontro da Cúpula do G20 e também dos acordos fechados com a China, após o encontro bilateral realizado ontem.