Taxa de desemprego cai a 13,9% no 4T20 e tem maior média anual da série histórica

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ibge, fila de emprego
Foto: Secretaria de Trabalho/DF

São Paulo – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 13,9% no quarto trimestre de 2020 (de outubro a dezembro), caindo 0,7 ponto percentual (pp) em relação ao período anterior (14,6%), referente aos meses de julho a setembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de 13,9%.

O resultado é o maior para o trimestre da série histórica, iniciada em 2012. Já na comparação com o mesmo período anterior, referente ao quarto trimestre de 2019, quando estava em 11,0%, houve um aumento de 3,0 pontos percentuais (pp), segundo o IBGE. A taxa média de desocupação em 2020 subiu para 13,5%, de 11,9% em 2019, no maior nível da série histórica.

Ao fim de 2020, a população desocupada somava 13,9 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre anterior (quando somou 14,1 milhões de pessoas), mas avançou 19,7% (2,3 milhões de pessoas a mais) no confronto com igual trimestre de 2019. A média de desocupados no ano ficou em 13,4 milhões de pessoas, a maior da série histórica.

A população ocupada totalizou 86,2 milhões, com alta de 4,5% (3,7 milhões de pessoas a mais) em relação aos meses de julho a setembro, porém, caiu 8,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior (8,4 milhões de pessoas a menos). A média anual chegou a 86,1 milhões de pessoas ocupadas, a menor da série iniciada em 2012. No último trimestre do ano, o nível de ocupação chegou a 48,9% (+1,8 pp ante julho a setembro e -6,2 pp na comparação com o quarto trimestre de 2019).

A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, reforça que a piora nas condições do mercado de trabalho no ano foi em decorrência da pandemia de covid-19. “A necessidade de medidas de distanciamento social para o controle da propagação do vírus paralisaram temporariamente algumas atividades econômicas, o que também influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas ao longo do ano, um maior contingente de pessoas voltou a buscar uma ocupação, pressionando o mercado de trabalho”, explica.

Com isso, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 28,7%, com queda de 1,6 pp em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado, mas alta de 5,8 pp na comparação com igual período de 2019.

Segundo o IBGE, a população subutilizada somou 32,0 milhões no fim de dezembro, recuo de 3,5% (1,1 milhão de pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior, mas avanço de 22,5% (mais 5,9 milhões de pessoas) ante os meses de outubro a dezembro de 2019. No ano, o contingente de subutilizados chegou ao maior número da série histórica, 31,2 milhões (+13,1 ou mais 3,6 milhões) em relação a 2019.

Assim, a população fora da força de trabalho alcançou 76,3 milhões de pessoas, com recuo de 2,9% (menos 2,3 milhões de pessoas) no confronto trimestral, mas cresceu 16,5% (mais 10,8 milhões de pessoas) no confronto anual. A população na força de trabalho voltou a subir em relação aos meses de julho a setembro (100,1 milhões de pessoas). Já a população desalentada chegou a 5,8 milhões de pessoas, estável no confronto trimestral, mas subiu 25,3% na comparação anual.

Em relação à renda, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.507 entre outubro e dezembro do ano passado, queda de 4,2% frente ao trimestre anterior e alta de 2,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2019. A média anual foi de R$ 2.543 (+4,7% ante 2019).

Por sua vez, a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados no quarto trimestre foi estimada em R$ 210,7 bilhões, estável em relação ao trimestre encerrado em setembro, e recuo de 6,5% frente ao mesmo período do ano anterior. No ano, a média foi de R$ 213,4 bilhões, 3,6% abaixo do registrado em 2019.

O IBGE reforça que houve crescimento na população ocupada em nove dos dez grupamentos de atividade no trimestre encerrado em dezembro. O número de pessoas ocupadas em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura aumentou 3,4% no trimestre; na Indústria subiu 3,1%; na Construção e no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, a alta foi de 5,2%.