Suzano segue otimista após novos aumentos de preços de celulose

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São Paulo – A Suzano confirmou que anunciou ontem novos aumentos de preços da celulose para clientes da China, Estados Unidos e Europa. O preço para a China subiu em US$ 60 a tonelada (t), para US$ 780/t. Já para Estados Unidos e Europa, os preços foram elevados em US$ 100, para US$1.240/t e US$1.010/t, respectivamente.

Os preços de celulose têm subido rapidamente diante de uma recuperação da demanda mundial, que não tem sido acompanhada por um aumento da oferta, tendência que a Suzano acredita que deve continuar ocorrendo, o que deve levar a uma implementação total do aumento anunciado.

O diretor-presidente da Suzano, Walter Schalka, acredita que a pressão da demanda também levará o preço da commodity a atingir um recorde histórico em
abril.

“A demanda de fibra curta vem crescendo mais rápido que a oferta, o que está levando à redução de estoques. Há um desbalanço global e aumento de preços, com possibilidade de um recorde já em abril, chegando a US$ 780/t, já que o último recorde foi no final de 2018 e início de 2019, quando chegou a US$ 760/t”, disse a jornalistas após o Suzano Day.

Durante o dia de investidores da companhia, Schalka já havia dito a analistas que segue vendo pouca oferta nova de celulose por enquanto, com algumas rupturas importantes no mercado.

O executivo também não prevê grandes impactos da piora da pandemia de coronavírus em alguns países. “Ao longo do ano, se não tivermos uma grande ruptura ligada à covid, podemos ter um mercado bastante positivo”,reiterou.

NOVO PROJETO

A Suzano ainda afirmou que uma das suas prioridades é diminuir o seu endividamento, o que deve ocorrer ao longo do ano com a elevação de preços e câmbio favorável, permitindo o início do projeto Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul.

Apesar das expectativas do mercado pelo novo grande projeto da empresa, a Suzano não quis cravar uma data para seu lançamento e os investimentos previstos, mas reforçou que está se preparando para isso.

A agência de classificação de riscos Fitch Ratings estima que a nova fábrica, que deverá adicionar 2,3 milhões de toneladas de capacidade de celulose, custará em torno de US$ 3 bilhões, mas a empresa não quis confirmar
o valor.

EMBALAGENS E SUSTENTABILIDADE

A empresa ainda prevê uma maior demanda por embalagens de papel, que podem substituir embalagens de plástico, e atender a intenção de clientes que querem adotar práticas mais sustentáveis e reduzir emissões de carbono. A demanda por esses produtos ainda compensaria possíveis quedas de consumo de papel para impressão.

O desempenho ESG (ambiental, social e de governança corporativa, na sigla em inglês) também tem sido foco da Suzano, que não descarta fazer novas emissões de títulos vinculados a metas ambientais, chamados “sustainability-linked bonds”, como já fez no fim do ano passado e pelos quais teve grande demanda no mercado.

“Tivemos uma demanda muito alta e só não fizemos mais porque não tinha necessidade naquele momento. Não tínhamos nenhuma feita e hoje 30% da dívida já é ligada à ESG, é uma tendência para o mundo”, afirmou o executivo.