Sob otimismo cauteloso, economia dos EUA cresce abaixo de níveis pré-pandêmicos, segundo Livro Bege

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Prédio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Washington. Foto: Divulgação/ Federal Reserve

São Paulo – A atividade econômica nos Estados Unidos cresceu na maioria das regiões, embora permaneça abaixo dos níveis anteriores à pandemia do novo coronavírus e as perspectivas indicam um otimismo cauteloso sob efeito das incertezas provocadas pela crise, segundo o Livro Bege – relatório do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) que avaliou as condições econômicas das 12 principais regiões do país até 24 de agosto.

“Embora a perspectiva geral entre os contatos fosse modestamente otimista, alguns distritos notaram algum pessimismo. A incerteza e a volatilidade contínuas relacionadas à pandemia e seu efeito negativo sobre o consumidor e a atividade empresarial foram um tema que ecoou em todo o país”, diz o documento.

Além da atividade econômica, o Livro Bege mostra que a indústria norte-americana avançou na maioria das regiões pesquisadas, o que coincidiu com o aumento da atividade nos portos e entre as empresas de transporte e distribuição. No mesmo ritmo, os gastos do consumidor norte-americano continuaram crescendo, impulsionados por fortes vendas de veículos e algumas melhorias nos setores de turismo e varejo.

“Mas muitos distritos notaram um ritmo lento de crescimento nessas áreas e os gastos totais ainda estavam muito abaixo dos níveis pré-pandemia”, diz o Livro Bege.

Na contramão da expansão da indústria, a construção comercial caiu amplamente e os imóveis comerciais permaneceram em contração. Por outro lado, a construção residencial foi um ponto positivo no período avaliado, mostrando crescimento e resiliência em muitas regiões.

“As vendas de imóveis residenciais também foram notavelmente mais altas, com os preços continuando a subir junto com a demanda e a escassez de estoque”, afirma.

O relatório mostrou ainda que no setor bancário, a demanda geral por empréstimos aumentou ligeiramente, impulsionada pela sólida atividade de hipotecas residenciais, enquanto as condições agrícolas continuaram a sofrer com os preços baixos, e a atividade energética foi controlada em níveis baixos, com pouca expectativa de melhora no curto prazo para ambos os setores.

EMPREGO E INFLAÇÃO

O emprego aumentou entre as principais regiões dos Estados Unidos, com destaque para os ganhos na indústria, enquanto as pressões sobre os preços aceleraram desde, mas permaneceram modestas, segundo o Livro Bege.

Apesar da melhora no quadro geral do mercado de trabalho norte-americano, o documento mostra que algumas regiões também relataram desaceleração do crescimento do emprego e aumento da volatilidade das contratações, especialmente no setor de serviços, com aumento dos casos de dispensa permanente de trabalhadores licenciados, pois a demanda permaneceu fraca.

Sobre a inflação, o relatório mostra que várias regiões relataram que os custos com equipamentos de proteção individual e insumos permaneceram elevados, enquanto vários distritos citaram demanda fraca ou falta de poder de precificação como um fator por trás do aumento mais lento no varejo ou outros preços de venda.