Setor de serviços sobe em janeiro, mas engata 11ª queda anual, diz IBGE

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

São Paulo – A receita real de serviços, que se refere à evolução do volume da atividade no setor em termos reais, descontada a inflação (deflacionado), subiu 0,6% em janeiro em relação a dezembro, após ligeira queda no resultado anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já em relação a janeiro de 2020, o volume de serviços recuou 4,7%, marcando a décima primeira taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto. Com isso, o setor acumula perdas de 8,3% nos últimos 12 meses, no resultado negativo mais intenso da série histórica para o período.

Na passagem de dezembro para janeiro, apenas duas das cinco atividades pesquisadas registraram alta. São eles: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+3,1%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (+3,4%). Segundo o IBGE, entre as atividades de transporte com maior crescimento estão o rodoviário coletivo de passageiros, que inclui ônibus que fazem viagens municipais, estaduais e internacionais, e o aéreo de passageiros.

“Isso pode ser um reflexo do aumento da flexibilização das medidas de isolamento, com os traslados das pessoas pelas cidades brasileiras, utilizando transporte público. Talvez essas viagens sejam motivadas pela época do ano, quando acontecem as férias”, comenta o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, acrescentando que o setor acumula ganhos de 29,6% desde maio, apesar de ainda estar 2,7% abaixo do patamar de registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19.

Por outro lado, a retração mais relevante veio de outros serviços (-9,2%). Em relação às atividades turísticas, houve alta de 0,7% em base mensal, após estabilidade em dezembro. Já na comparação anual, houve queda em quatro das cinco atividades pesquisadas, sendo o maior destaque negativo em serviços prestados às famílias (-27,6%), enquanto o único setor a crescer foi o de informação e comunicação (1,7%).

O segmento do turismo desabou 29,1%, na décima primeira queda consecutiva, ainda em base anual. Ainda conforme o IBGE, o segmento de turismo necessita avançar 42,1% para retornar ao patamar de fevereiro de 2020, mês que antecedeu aos efeitos da pandemia no país. Da mesma forma, o instituto destaca que as medidas de combate à covid-19 atingiram de forma mais intensa e imediata boa parte das atividades turísticas, principalmente ao transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis.