Ser sobe 13% e Yduqs mais de 6% com disputa por Laureate

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Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo – As ações da Ser Educacional dispararam, chegando a subir mais de 14%, e as ações da Yduqs mostram a maior alta do Ibovespa depois que a Ser fechou um acordo para comprar os ativos brasileiros da Laureate Internacional por R$ 1,7 bilhão, mais um pagamento em ações. No entanto, o acordo fechado prevê um período de “go-shop”, prevendo buscas de melhores ofertas, e a Yduqs indicou que vai entrar na disputa.

Às 11h49 (horário de Brasília), os papéis da Ser Educacional (SEER3), que não estão no Ibovespa, subiam 12,98%, a R$ 16,71, enquanto os da Yduqs, avançavam 6,16%, a R$ 29,61.

Para o analista da Guide Investimentos, Luís Sales, a notícia é positiva uma vez que com a aquisição, a Ser deve passar a se tornar o quarto maior grupo de ensino privado no Brasil, dobrando sua operação de tamanho. “A Laureate já possui ações listadas na Nasdaq e poderá captar novos recursos”, disse ainda em relatório.

Já o especialista em ações da Levante Investimentos, Eduardo Guimarães, avalia, em relatório, que o valor ficou um pouco acima do que a empresa negociava no ano passado, antes da pandemia, e quase o dobro do negociado hoje. Porém, apesar do tamanho da transação e múltiplos elevados, enxerga uma reação positiva das ações no curto prazo, levando em consideração motivos como a operação mais enxuta da Ser e o valor dos ativos que serão comprados.

Os ativos incluem cursos como Medicina, com ticket médio mais elevado, fortes nas duas principais universidades dentro dos ativos da Laureate, Anhembi Morumbi e FMU, ampliando a base de alunos na categoria de Saúde, que já representa 52% da base da Ser.

Outro fator positivo apontado é a entrada em São Paulo, o maior mercado educacional do País, que deve ter uma recuperação econômica mais acelerada que outras regiões. A estimativa é que o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia também mais que dobrará, passando de aproximadamente R$ 300 a 350 milhões para cerca de R$ 800 milhões por ano.

O especialistas destaca ainda que mais um ponto importante e positivo da transação é que, mesmo com o Grupo Laureate detendo cerca de 44% do total das ações da Ser no fim da transação, o contrato prevê que o poder de voto será limitado a 7,5% do capital total, com a continuidade do controle do fundador Janguiê Diniz. O negócio prevê também uma listagem da Ser na bolsa norte-americana, ainda a ser definida, de modo que a Laureate possa negociar gradualmente e desinvestir da Ser Educacional.