Senador Chico Rodrigues pede licença do cargo por 90 dias

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Senador Chico Rodrigues pede afastamento do cargo. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Brasília -O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu licença do cargo de parlamentar na Casa revisora por 90 dias, após as apurações envolvendo o senador na semana passada. Na ocasião o senador foi alvo de ordem de busca e apreensão em sua residência em Boa Vista, Roraima, parte de operação que investiga supostos desvios de verba pública destinada ao combate à pandemia por meio de emendas parlamentares e, segundo a Polícia Federal (PF), foram encontradas cédulas escondidas na roupa de Rodrigues.

Na semana passada o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto afastou o senador do cargo por 90 dias a fim de não atrapalhar as investigações da PF. A decisão foi mal vista por parte dos senadores, por entenderem haver interferência do Judiciário na Casa.

Barroso pediu na semana passada ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, que o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) seja julgado pelo plenário esta semana. O senador também pediu afastamento de sua cadeira na Comissão de Ética do Senado.

“O afastamento de parlamentar do cargo é medida absolutamente excepcional, por representar restrição ao princípio democrático. No entanto, tal providência se justifica quando há graves indícios de que a posição de poder e prestígio de que desfruta o congressista é utilizada contra os interesses da própria sociedade que o elegeu. Não podemos enxergar essas ações como aceitáveis. Precisamos continuar no esforço de desnaturalização das coisas erradas no Brasil”, justificou Barroso em decisão.

Em nota divulgada pelos advogados do senador, a defesa manifestou “perplexidade com o linchamento sofrido por ele sem que haja qualquer prova contra sua conduta”. A justificativa é de que o dinheiro seria destinado ao pagamento dos funcionários e o fato peculiar para o senador ter escondido o dinheiro na cueca teria se dado por ele ter ficado assustado com a PF, ato que segundo sua defesa, foi “terrorismo policial”.