Schnabel, do BCE, sugere cortes nos juros, mas destaca cautela

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A inflação na zona do euro está caindo conforme previsto, reduzindo o risco de que novos cortes nas taxas de juros possam comprometer a desinflação. No entanto, Isabel Schnabel, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), destacou a necessidade de maior cautela à medida que as taxas diminuem. Em uma palestra em Tallin, Estônia, Schnabel comentou que os dados recentes permanecem alinhados com a previsão de que a inflação voltará de forma sustentável à meta de 2% até o final de 2025. Embora não tenha defendido diretamente novos cortes, suas declarações sugerem que a possibilidade de mais reduções pode ser considerada, pois o BCE já planejava dois cortes adicionais após o corte inicial de junho.

Schnabel também observou que, com sinais de uma possível desaceleração econômica em outras partes do mundo, o risco de que cortes moderados e graduais possam desestabilizar o caminho de volta à estabilidade dos preços é menor. Ela alertou, no entanto, que o BCE deve ser mais cuidadoso à medida que as taxas se aproximam da faixa superior das estimativas do nível neutro de juros, onde há menos certeza sobre a restrição da política. Schnabel sugeriu que mudanças nas taxas a cada três meses podem ser mais apropriadas para garantir robustez nas políticas adotadas.

Apesar de sua cautela, Schnabel minimizou o risco de uma recessão, apontando que uma “aterrissagem suave” ainda é mais provável. Ela expressou preocupações de que o crescimento salarial pode demorar mais do que o projetado para se recuperar e que a produtividade, esperada para se recuperar, ainda está atrasada. A inflação pode voltar a subir se a economia se desenvolver de maneira diferente, e a fraca produtividade e as tensões comerciais podem pressionar ainda mais os salários.