Riscos se inclinam para possível desaceleração econômica, diz Kashkari

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O presidente do Fed Minneapolis. Neel Kashkari | Foto: Minneapolis Fed

O presidente do Fed Minneapolis, Neel Kashkari, em um artigo publicado no site da instituição hoje, explica os motivos que o levaram a apoiar um corte de 0,50 ponto percentual (pp) nos juros do Fed. “Acredito que, com o progresso substancial na redução da inflação e o enfraquecimento do mercado de trabalho, os riscos agora se inclinam mais para a possível desaceleração econômica, justificando essa redução”.

Ele afirma que houve um progresso considerável na redução da inflação em direção à meta de 2%. “No início do ano, havia preocupações de que a desinflação pudesse ter estagnado em torno de 3%, mas desde então, a inflação voltou a cair, demonstrando que o aumento observado no primeiro trimestre foi temporário”. Ele adverte que, embora ainda seja cedo para declarar vitória na luta contra a inflação, os sinais indicam que os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) estão no caminho certo para atingir essa meta.

Em seu artigo, Kashkari destaca que o mercado de trabalho também apresentou sinais de enfraquecimento nos últimos seis meses. A taxa de desemprego subiu para 4,2% em agosto, enquanto o crescimento do emprego desacelerou significativamente. “Outros indicadores, como o crescimento nominal dos salários e o número de vagas e demissões, também mostram uma redução da pressão no mercado de trabalho, o que sugere um enfraquecimento da atividade econômica”.

Embora o mercado de trabalho tenha enfraquecido, alguns indicadores econômicos ainda mostram sinais de resiliência, como o PIB e o consumo, que continuam a surpreender positivamente. “No entanto, com o risco de maior desemprego, apoiei a redução da taxa de juros para mitigar os impactos no mercado de trabalho. Mesmo após esse corte, acredito que a política monetária permanece apertada”.

Por fim, ele aponta que é importante estar preparado para possíveis surpresas econômicas, como uma recessão inesperada ou um novo aumento da inflação. “Mas, com base nos dados atuais, parece que o cenário mais provável é a continuidade da moderação da inflação e a resiliência econômica”.