Relação com Reino Unido após Brexit não será a mesma, diz chefe da UE

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Ursula von der Leyen

São Paulo – A União Europeia (UE) está pronta para negociar seu futuro relacionamento com o Reino Unido, mas os laços não serão os mesmos depois do Brexit, disse a presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, Ursula von der Leyen.

“A União Europeia está pronta para negociar uma nova parceria verdadeiramente ambiciosa e abrangente com o Reino Unido. Faremos o máximo possível disso. Iremos o mais longe que pudermos”, disse ela, em discurso um evento em Londres.

“Mas a verdade é que nossa parceria não pode e não será a mesma de antes. E não pode e nem será tão próximo quanto antes – porque a cada escolha vem uma consequência. Com cada decisão, vem uma troca. Sem livre circulação de pessoas, você não pode ter livre circulação de capitais, bens e serviços”.

Ela destacou que “sem uma extensão do período de transição além de 2020, você não pode esperar concordar com todos os aspectos de nossa nova parceria”. Segundo ela, o bloco vai trabalhar “em busca de soluções que mantenham a integridade da UE, seu mercado único e sua união aduaneira. Não pode haver concessões nisso”.

O prazo para o Reino Unido deixar a UE é 31 de janeiro. No dia 20 de dezembro, o premiê britânico, Boris Johnson, venceu no Parlamento a votação inicial do novo projeto de lei de saída do bloco. A proposta inclui uma emenda que impede extensões ao período de transição pós-Brexit para além de 31 de dezembro deste ano, o que deixa 11 meses para a assinatura de um acordo comercial.

“Estamos prontos para criar uma nova parceria com tarifas zero, cotas zero, dumping zero”, disse Von der Leyen. Segundo ela, a UE quer criar laços além do comércio e com escopo sem precedentes, citando cooperações em áreas como ações climáticas, energia e segurança. “Estamos prontos para trabalhar dia e noite para realizar o máximo possível dentro do prazo que temos”.

Por fim ela, reconhecer que o processo será difícil. “Nada disso significa que será fácil, mas iniciamos essa negociação a partir de uma posição de certeza, boa vontade, interesses e propósitos compartilhados. E devemos ser otimistas”, concluiu.