Regulador dos EUA levanta questionamentos sobre teste de vacina da AstraZeneca

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Foto: AstraZeneca

São Paulo – A AstraZeneca pode ter incluído “informações desatualizadas” nos resultados dos testes nos Estados Unidos para sua vacina contra covid-19, o que daria uma “visão incompleta dos dados de eficácia”, informou o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos.

A declaração se refere a um anúncio feito ontem pela farmacêutica AstraZeneca, que informava como um grande estudo em estágio final descobriu que a vacina era 79% eficaz na prevenção do covid-19 sintomático e 100% eficaz na prevenção de doenças graves.

O NIAD informou ter sido notificado pelo Conselho de Monitoramento de Dados e Segurança (DSMB) por ele estar “preocupado com as informações divulgadas pela AstraZeneca sobre os dados iniciais de seu ensaio clínico da vacina contra covid-19”.

“O DSMB expressou preocupação de que a AstraZeneca possa ter incluído informações desatualizadas desse estudo, o que pode ter fornecido uma visão incompleta dos dados de eficácia”, disse o NIAID. “Instamos a empresa a trabalhar com o DSMB para revisar os dados de eficácia e garantir que os dados mais precisos e atualizados sejam tornados públicos o mais rápido possível”.

A dúvida em relação à pesquisa deve causar um entrave no pedido de autorização de uso emergencial nos Estados Unidos para a injeção, que foi desenvolvida em colaboração com a Universidade de Oxford. Segundo a NIAD, a permissão e as diretrizes para o uso da vacina em território norte-americano serão determinadas após uma revisão completa dos dados por comitês consultivos independentes.

Os dados do ensaio de Fase 3 envolveram mais de 32 mil voluntários, principalmente nos Estados Unidos, mas também no Chile e no Peru.

O estudo também mostrou que a vacina não causava problemas de segurança em relação a coágulos sanguíneos, sintoma registrado em alguns pacientes europeus e que causou a interrupção da vacina na Europa.