Regulador da UE recomenda autorização da vacina da AstraZeneca

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Foto: União Europeia (UE)

São Paulo – A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) recomendou o uso da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, em um passo importante para conter um avanço desenfreado de casos e mortes provocadas pela doença em toda a Europa.

Essa é a terceira autorização de uso condicional de vacina contra a covid-19 pelo regulador de medicamentos da União Europeia (UE), que já está imunizando grupos prioritários desde o final do ano passado com doses da Pfizer-BioNTech e da Moderna. A recomendação vale para pessoas a partir de 18 anos.

Segundo comunicado, o comitê de medicamentos humanos da EMA (CHMP, na sigla em inglês) avaliou os dados sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina e recomendou por consenso uma autorização de comercialização formal condicional concedida pela Comissão Europeia.

“Com esta terceira opinião positiva, expandimos ainda mais o arsenal de vacinas disponíveis para os estados membros da UE para combater a pandemia e proteger seus cidadãos”, disse a diretora executiva da EMA, Emer Cooke.

“Tal como em casos anteriores, o CHMP avaliou rigorosamente esta vacina e a base científica do nosso trabalho sustenta o nosso firme compromisso de salvaguardar a saúde dos cidadãos da UE”, acrescentou ela.

A vacina da AstraZeneca foi testada no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul – três países que anunciaram recentemente a descoberta de variantes mais contagiosas do coronavírus.

ESCASSEZ DE DOSES

A aprovação chega em um momento complicado para a UE diante de um programa de vacinação lento e vulnerável à escassez de suprimentos.

Nas últimas semanas, a Pfizer que reduziria temporariamente a produção enquanto atualiza sua capacidade em sua planta belga. Depois disso, a própria AstraZeneca indicou que entregaria menos doses ao bloco do que o inicialmente esperado devido a problemas de produção em suas unidades na Holanda e na Bélgica.

Os atrasos geraram uma crise na UE, que disse que poderia reduzir as exportações de vacinas contra o novo coronavírus em uma tentativa de priorizar seus cidadãos.

Na quarta-feira, a UE exigiu que a AstraZeneca cumprisse seu acordo para fornecer milhões de vacinas contra a covid-19, sugerindo que a empresa desviasse alguns suprimentos de suas instalações de produção no Reino Unido para a UE.

No dia seguinte surgiram dúvidas sobre a possível autorização da vacina da AstraZeneca depois que o comitê de vacinas da Alemanha disse que estava recomendando que a vacina só fosse oferecida a pessoas com idade entre 18 e 64 anos sob o argumento de falta de dados suficientes para avaliar a eficácia em pessoas com mais de 65 anos. O Reino Unido contestou a recomendação alemã, reafirmando a segurança do imunizante.