Recuperação na Europa será mais rápida do que na última crise, dizem analistas

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São Paulo – A recuperação econômica da Europa deve ser menos demorada do que a última, ocorrida após a recessão de 2008, mas ainda deve ser mais dura para países como Espanha, Portugal e Itália, segundo informam especialistas do banco Itaú.

“De todos os países pertencentes à zona do Euro, a Alemanha deve sofrer menos e ter a recuperação mais rápida, principalmente por conta de subsídios maiores que seu governo oferece, permitindo uma manutenção maior de empregos”, afirma o superintendente de pesquisa econômica do Itaú Unibanco, Guilherme Martins.

Segundo ele, os alemães devem apresentar a menor taxa de desemprego após a crise. Espanha, Portugal e Itália, por outro lado, terão os maiores níveis de falta de emprego.
Martins também informou que as medidas de apoio do Banco Central Europeu (BCE) vêm sendo amplas apesar das limitações do órgão, assim como as passadas pela Comissão Europeia.

“São todas ações extraordinárias que procuram mitigar a falta de união fiscal do bloco, colocando fundos de resgate para todos os membros”, afirma ele.

Para ele, a ação mais avançada do bloco europeu, no entanto, deve vir da proposta da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e do presidente francês, Emmanuel Macron.

“A ideia deles de emitir uma dívida no nome da União Europeia como um todo permite que a dívida não seja assumida por um só membro, o que deve ser bom a longo prazo para os membros”, afirma ele.

O economista do Itaú Unibanco, Bernardo Dutra, destacou, por último, que a tendência é de que os países europeus, e até mesmo os Estados Unidos, fiquem mais parecidos com o cenário monetário japonês.

“Ou seja, juros baixos e inflação baixa por um bom tempo depois da crise, já que isso costuma ocorrer com economias desenvolvidas com altas dívidas”, afirma ele.