RADAR: Guedes perde titulares e recuperação do varejo supera previsão

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São Paulo – Os investidores devem reagir a números mais fortes que o esperado sobre as vendas no varejo do Brasil em junho, bem como à notícia de que mais dois membros da equipe escolhida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pediram exoneração do cargo.

As vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, subiram pelo segundo mês consecutivo, em +8,0% em junho em relação a maio, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mensal ficou acima da previsão, de +5,00%, conforme mediana calculada pelo Termômetro CMA.

Já na comparação com junho de 2019, as vendas no varejo interromperam três quedas seguidas e oscilaram em alta, de +0,1%, contrariando a previsão de queda de 4,10%.

Os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram exoneração ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ontem.

A saída dos dois secretários é o episódio mais recente de desmonte da equipe originalmente desenhada pelo ministro. Antes deles, também deixaram os postos Joaquim Levy, que comandava o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Marcos Cintra, que era secretário da Receita Federal. Estes dois saíram por pressão do presidente Jair Bolsonaro.

A fila de demissionários da equipe econômica inclui também o ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida – que vinha manifestando intenção de deixar o posto pelo menos desde o fim do ano passado -, o diretor de Programas da Secretaria Especial de Fazenda, Caio Megale e o presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes – que pediu para sair fazendo críticas à classe política, mas depois mudou o discurso e disse ser necessária uma liderança mais jovem para a instituição financeira.

Dados divulgados mais cedo mostraram que a economia do Reino Unido encolheu mais de 20% no segundo trimestre, e que os novos casos de covid-19 estão ganhando força na Europa. Mesmo assim, as bolsas da região operam em alta nesta manhã, reagindo a notícias sobre as empresas locais e ao fato de a contração na economia do Reino Unido ter ficado levemente abaixo da esperada.

Nos Estados Unidos, as bolsas devem abrir em alta, revertendo o azedume do mercado na última hora do pregão de ontem. As bolsas norte-americanas caíram na terça-feira depois que Mitch McConnell, líder do partido do governo no Senado, dizer que as negociações com a oposição sobre o pacote de ajuda financeira à população estavam estagnadas.

Em âmbito corporativo, a Azul fechou um acordo para diminuir em 77% o custo do aluguel de aeronaves previsto para o período de abril a dezembro, a R$ 566 milhões. Os aluguéis mensais menores serão compensados por valores ligeiramente superiores a partir de 2023, ou pela extensão de certos contratos a taxas de mercado.

A Petrobras estendeu até 21 de agosto o prazo para as empresas demonstrarem interesse na participação da companhia na porção exploratória do Bloco Tayrona, localizado na Bacia de Guajira, na Colômbia. O prazo anterior, anunciado no final de julho, terminava hoje.

A Gol Linhas Aéreas negou ter iniciado procedimentos para fazer uma oferta pública de ações nos Estados Unidos, rebatendo notícias publicadas ontem que apontaram essa possibilidade.

O lucro líquido da Raia Drogasil (RD) diminuiu 60,2% no segundo trimestre, para R$ 60,2 milhões, enquanto a receita líquida cresceu 5,8%, para R$ 4,5 bilhões. A empresa também disse que teve queda nas vendas de lojas abertas há pelo menos um ano no segundo trimestre, mas que em julho houve recuperação no ritmo de vendas.

Além disso, a Raia Drogasil convocou Assembleia Geral Extraordinária (AGE) em 15 de setembro e um dos assuntos a serem discutidos será o desdobramento das ações da empresa na proporção de cinco ações ordinárias para cada ação existente.

A Energias do Brasil (EDP) solicitou ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) o termo de liberação da operação comercial do trecho final da EDP Transmissão MA II.

A BR Distribuidora registrou lucro líquido de R$ 188 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 37,7% na comparação anual. A receita líquida, por sua vez, foi 38,1% menor do que a registrada um ano antes, alcançando R$ 14,882 bilhões.