RADAR: Guedes indica imposto novo em reforma tributária

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São Paulo – Os investidores devem reagir hoje cedo às declarações feitas ontem à noite pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, indicando que o governo federal continua interessado em apresentar uma proposta própria de reforma tributária e que ela provavelmente trará um novo imposto sobre transações eletrônicas.

Também ontem à noite o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou que “é muito difícil aprovar um imposto novo” na reforma tributária, que volta a ser discutida pela Casa esta semana.

Guedes comentou que há estudos em andamento para desonerar a folha de pagamentos de funcionários que recebem um salário mínimo e de aplicar um “imposto de renda negativo” a trabalhadores que ganham menos do que isso, com os créditos sendo direcionados a um fundo previdenciário que ajude a pagar a aposentadoria destas pessoas no futuro.

O ministro pode falar mais sobre o assunto durante um painel da XP Expert previsto para as 19h10. Além dele, também falará ao público hoje o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 14h, em um evento promovido pelo Itaú Unibanco.

Vale mencionar também que o Congresso adiou novamente a análise de vetos presidenciais, que aconteceria hoje a partir das 10h. O mercado aguarda a análise para avaliar qual grau de apoio o presidente Bolsonaro de fato possui entre os congressistas depois de fazer a aproximação com o chamado centrão.

Ainda falando de política, o Senado aprovou ontem o Projeto de Lei de Conversão (PLV) referente à medida provisória 925, que traz uma série de medidas de auxílio o setor aéreo, e a da MP 944, que cria o Programa Emergencial de Suporte a Emprego, mas deixou caducar uma outra MP, a 927, que trazia regras para o teletrabalho e para remanejamento de férias durante a pandemia.

No exterior, a China divulgou que a economia do país voltou a crescer no segundo trimestre, algo positivo, mas de forma desigual. A produção se recuperou mais rápido do que demanda dos consumidores durante o período, o que sugere que uma aceleração no ritmo de crescimento deve levar tempo.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a política monetária inalterada, mas sinalizou que pode baixar as taxas de juros no futuro de julgar necessário.

Outro ponto de destaque são pesquisas recentes mostrando que o provável concorrente de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, Joe Biden, está abrindo vantagem em relação ao chefe da Casa Branca em pesquisas de intenção de voto – algo que tem exercido pressão negativa sobre os mercados de ações norte-americanos, que consideram a política de Trump mais favorável aos investidores.

Em âmbito corporativo, o conselho de administração da Iguatemi aprovou a compra de participações em dois shoppings centers – o Esplanada e o Praia de Belas – por um total de R$ 260,1 milhões.

O conselho de administração da Cielo aprovou a emissão de um total de R$ 5,25 bilhões em cotados de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) da companhia, de acordo com dados enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A aprovação ocorreu em 9 de julho, mas foi divulgada ontem.

A Braskem assinou ontem um aditivo ao acordo firmado no início deste ano com o poder público para compensar pessoas afetadas pelas atividades de exploração de sal da companhia em Alagoas.

A Petrobras concluiu a venda de sua participação em dois campos terrestres de produção de petróleo – Ponta do Mel e Redonda, na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte – para a Central Resources por US$ 7,2 milhões. O pagamento será feito ao longo de 18 meses.

A Petrobras concluiu a venda da fatia que possuía em 10 campos de produção de petróleo em águas rasas da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, para a Trident Energy por US$ 418,6 milhões (incluindo US$ 53,2 milhões pagos na assinatura do contrato de venda). O acordo também prevê US$ 650 milhões em pagamentos extras, a depender de condições que não foram divulgadas pela companhia.

A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) autorizou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a elevar as tarifas cobradas pela companhia em 3,4026%.

O conselho de administração da Sabesp aprovou a taxa de remuneração da emissão de R$ 1,045 bilhão em debêntures incentivadas que será dividida em duas séries – uma com vencimento em 15 de julho de 2027 e a outra em 15 de julho de 2030. Serão R$ 600 milhões em títulos da primeira série, que carregarão juros de 4,65% ao ano, e R$ 445 milhões com juros de 4,95%.