RADAR DO DIA: Primeiro pregão da semana será marcado por perdas

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São Paulo – Os mercados ao redor do globo iniciam a semana com quedas expressivas, com os futuros norte-americanos atingindo a mínima de baixa, assim como os mercados asiáticos que fecharam em queda, em meio ao corte inesperado da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

O Fed cortou a taxa básica de juros em um ponto percentual (pp), para a faixa entre zero e 0,25% ao ano e anunciou um programa de recompra que totaliza US$ 700 bilhões em Treasuries e hipotecas em uma resposta mais agressiva aos efeitos do novo coronavírus sobre a economia dos Estados Unidos.

A expectativa era que a decisão pudesse reverberar positivamente nos mercados. Porém, não é isso que se vê. O avanço do coronavírus pelo mundo tem gerado grande preocupação e levado os investidores a um sentimento de cautela que tem impactado fortemente os mercados.

Os contratos futuros dos principais índice do mercado de ações dos Estados Unidos atingiram seu limite de queda no pré-mercado ao caírem mais de 5% mesmo após o Fed anunciar medidas de estímulos devido ao surto de coronavírus.

Assim como nos Estados Unidos, os mercados europeus também registram forte queda de olho no aumento do coronavírus pelo mundo, principalmente na Itália, em meio a ação inesperada do corte de juros pelo banco central norte-americano.

Na Ásia, os principais índices do mercado fecharam o pregão em campo negativo depois que o Fed decidiu cortar em 1,00 pp a taxa básica de juros dos Estados Unidos. A medida foi vista como ação motivada pelo pânico, o que levou as ações para baixo.

Por aqui, o Ibovespa encerrou a sessão de sexta-feira (13) em queda de 14,78%, aos 72.582,53 pontos, registrando a segunda maior queda percentual da história, diante do pânico que atingiu novos patamares em função do coronavírus.

Para o primeiro pregão da semana, a expectativa é que a Bolsa brasileira siga seus pares internacionais e tenha um dia marcado por grandes perdas, repercutindo a preocupação que assola o mundo sobre o coronavírus.

Além disso, os investidores continuam de olho na crise do preço do petróleo após a Arábia Saudita aumentar a produção e reduzir os preços praticados pela estatal Saudi Aramco depois do fracasso nas negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países aliados para uma redução coordenada da oferta da commodity. A iniciativa está relacionada ao impacto econômico do coronavírus.

No Brasil, temos 200 casos de coronavírus confirmados até o momento, com os casos suspeitos atingindo quase 2 mil. A cidade de São Paulo é onde está o maior número de casos confirmados com 136, seguido por Rio de Janeiro com 24 e Distrito Federal com oito.

Na China, epicentro do surto, o número de mortes causadas por infecção pelo novo coronavírus subiu para 3,213 mil, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde do país. Ao todo, 80,60 mil casos foram confirmados em 31 províncias chinesas.

O governo italiano, país europeu onde a doença avançou rapidamente, anunciou medidas ainda mais restritivas com o intuito de conter a disseminação do surto do novo coronavírus no país, com o fechamento de todas as lojas, com exceção de farmácias e supermercados. Até o momento, há quase 25 mil casos no país, dos quais 1,809 mil foram fatais.

Na agenda de indicadores, o destaque da semana fica por conta do Comitê de Política Monetária (Copom) se deve ou não seguir os pares internacionais e cortar a taxa de juros brasileira. Os investidores também ficam de olho na produção industrial e vendas no varejo norte-americano, assim como na Europa e decisões de Bancos Centrais (BCs).

EMPRESAS

O Banco do Brasil disse que protocolou junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o cancelamento do pedido de registro de companhia aberta do Banco Votorantim (BV) e da oferta pública de distribuição primária e secundária de seus certificados de depósito de ações.

Após receber uma proposta da Eneva classificada como hostil, o conselho de administração da AES Tietê aprovou a contratação de seus assessores legal e financeiros para auxiliarem em relação à análise.

A Hapvida informou que diante da pandemia do Covid-19, nome do novo coronavírus, a empresa constituiu uma comissão formada por infectologistas de diferentes estados do Brasil com o objetivo de monitorar a difusão do surto, bem como estudar as melhores práticas possíveis para seu tratamento e controle.

A Cosan informou que após as empresas do grupo sofrerem um ataque criminoso de hackers, causando a interrupção parcial e temporária das operações, as companhias vêm progressivamente religando seus sistemas operacionais, enquanto os demais estão sendo reestabelecidos.

A Vale realizará no dia 30 de abril uma assembleia geral ordinária e extraordinária com o objetivo de eleger 12 membros para o conselho de administração e seus respectivos suplentes, que foram eleitos pelo processo de voto múltiplo na reunião de abril de 2019.

A Gol informou o conselho de administração da Smiles Fidelidade que cancelou a proposta de reorganização societária entre as duas companhias, devido aos impactos do coronavírus no setor de aviação. a empresa disse que também cancelará a assembleia geral extraordinária agendada para o dia 18 de março e que trataria do tema.

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) concluiu a aquisição de 100% da Rialma Transmissora de Energia. O negócio movimentou R$ 60,4 milhões.

A Petrobras divulgou o teaser referente à venda do total de sua participação de 49% nas empresas Eólica Mangue Seco 3 e Eólica Mangue Seco 4, proprietárias de usinas de geração de energia eólica.

A Petrobras iniciou a fase vinculante para a venda de sua participação remanescente de 10% na Transportadora Associada de Gás (TAG). Nesta etapa os potenciais compradores receberão carta-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento e orientações para a realização de due diligence e envio de propostas vinculantes.

A administradora de shopping centers BR Malls vendeu sua participação de 49% no Via Brasil Shopping, localizado no Rio de Janeiro. O negócio movimentou R$ 38,4 milhões.