RADAR DO DIA: Mercados olham coronavírus e digerem Bolsonaro e Trump

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São Paulo – A crise mundial desencadeada pela pandemia do Covid-19, nome do novo coronavírus, fez o Ibovespa encerrar o mês de março com queda 29,90%, o pior mês desde agosto de 1998 (-35,55%), durante crise da moratória russa. Esse com certeza será o principal drive dos investidores nos próximos dias e meses.

 

No entanto, eventos internos também terão sua importância podendo amenizar um pouco ou dar ainda mais combustível para frear o apetite dos investidores. Por exemplo, as tensões entre o presidente Jair Bolsonaro e os demais poderes, tem estimulado a fuga de recursos do país.

 

Ontem, em novo pronunciamento em cadeia nacional, Bolsonaro mudou o tom do discurso, embora tenha enfatizado suas preocupações quanto a economia do país.

 

Para ajudar em meio à crise humanitária, o presidente editou uma medida provisória (MP 933) que suspende por 60 dias o ajuste anual de preços de medicamentos.

 

Lá fora, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que haverá ao menos 100 mil mortes no país em virtude do Covid-19, deixando os mercados ainda mais tensos. Na China, onde estourou à pandemia, o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial subiu para 50,1 pontos em março, após recorde de baixa de 40,3 pontos em fevereiro, mostra certa recuperação.

 

Além disso, os investidores também continuam de olho na crise do preço do petróleo, após a Arábia Saudita aumentar a produção e reduzir os preços praticados pela estatal Saudi Aramco depois do fracasso nas negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países aliados para uma redução coordenada da oferta da commodity.

 

Nesta manhã, os contratos futuros dos principais índice do mercado de ações dos Estados Unidos apontam para uma abertura no campo negagtivo, de olho nos novos desdobramentos do coronavírus e fala de Trump.

 

As bolsas europeias operam em baixa, depois do número de aumento de casos ter ultrapassado 861 mil no mundo e 42,3 mil mortes pela pandemia do coronavírus.

 

Na Ásia, os principais índices do mercado de ações asiático fecharam o pregão no campo negativo após o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Japão mostrar uma queda na atividade industrial, ao mesmo tempo que indicou uma leve recuperação do setor na China.

 

EMPRESAS

 

A BRF informou que contratou linhas de financiamento junto a instituições financeiras brasileiras no valor total de R$ 1,4 bilhão pelo prazo de um ano, que tem o objetivo reforçar o seu nível de liquidez durante esse período de grande volatilidade.

A Petrobras disse que deu início a fase vinculante referente à venda da totalidade de sua participação nos campos de Merluza e Lagosta, localizados em águas rasas na Bacia de Santos. A estatal é a concessionária exclusiva das duas concessões.

O conselho de administração do Fleury aprovou a primeira emissão de notas promissórias, divididas em quatro séries, no valor total de R$ 550 milhões, sendo R$ 400 milhões uma oferta restrita no prazo de vencimento de 24 meses, enquanto R$ 150 milhões na forma de cédula de crédito bancário (CCB) com vencimento de 24 meses.

Os acionistas da Energias do Brasil aprovaram, em reunião extraordinária e ordinária, a redução da destinação do lucro líquido de 2019 para distribuição de dividendos em função da crise desencadeada pelo Covid-19, nome do novo coronavírus.

A Vale afirmou que vai realizar o pagamento de R$ 506,053 milhões, equivalente a R$ 1,302383851 por debênture participativa, referente ao prêmio total apurado para o período entre julho e dezembro de 2019. A liquidação financeira ocorrerá na data de hoje.

As empresas optaram por alterar ou cancelar a data de realização de assembleia geral ordinária e extraordinária, em função da pandemia do Covid-19, nome do novo coronavírus, que vem gerando forte volatilidade dos mercados e dúvidas de como as empresas sairão desta crise.

O conselho fiscal da Multiplan se manifestou favorável a proposta da diretoria de postergar até 31 de dezembro o pagamento de R$ 170 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) referentes ao exercício 2019. Os valores já foram declarados, mas ainda não pagos.

A Petrobras iniciou a etapa de divulgação (teaser) da venda de sua participação remanescente de 10% na Nova Transportadora do Sudeste (NTS). O teaser contém as principais informações sobre o desinvestimento e os critérios de elegibilidade para a seleção de potenciais participantes.