RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; IPCA-15 no Brasil; Desoneração da folha de pagamento

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Foto: Larry Cole / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana termina com o mercado de olho na divulgação do índice de preços de gastos com
consumo (PCE, na sigla em inglês) de março. Em fevereiro, o índice avançou 0,3% na relação a janeiro, depois de ter crescido 0,4% na leitura anterior, Na comparação com fevereiro de 2023, o PCE ficou em 2,5%.

Ontem, após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre dos EUA, que cresceu 1,6% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, em base anualizada, uma redução ante o quarto trimestre, quando houve expansão de 3,4%, o mercado reduziu as expectativas de uma flexibilização da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano). De acordo com a ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de alterações nas taxas do Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês), deve ocorrer apenas um corte nas taxas de juros este ano. A próxima decisão do Fomc acontecerá na próxima quarta-feira (1).

Por aqui, a semana termina com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de abril, que deve subir 0,27% em relação a março. Já a taxa acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses deve ter alta de 3,82%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro CMA. As previsões de seis instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 0,16% a 0,31%, com a média das projeções em 0,26%. Para o acumulado em 12 meses, até abril, as previsões de seis “casas” consultadas variam entre 3,73% e 3,88% (média em 3,82%).

Em Brasília, o projeto que reformula os incentivos ao setor de eventos (PL 1.026/2024) deve ser pautado no Plenário do Senado na próxima semana. O assunto foi debatido ontem (25) por líderes partidários em reunião com o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco.

A proposta, aprovada pela Câmara na terça-feira (23), estabelece novas regras para o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O texto determina o teto de R$ 15 bilhões para os incentivos de abril de 2024 a dezembro de 2026. O projeto também reduz de 44 para 30 os tipos de serviços beneficiados atualmente.

Ontem, após o ministro Cristiano Zanin, do STF, atender a um pedido do governo Lula e suspender trechos da lei que prorrogou até 2027 a desoneração da folha das empresas de 17 setores da economia e a municípios com até 156 mil habitantes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o governo Lula errou ao judicializar a política e impor suas próprias razões ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a desoneração da folha de pagamento de setores intensivos em mão de obra, chancelada pelo Congresso.

No setor corporativo, a Eneva informou os resultados preliminares do primeiro trimestre de 2024, com geração total de energia bruta de 1.609 gigawatts-hora (GWh). Já o resultado líquido chegou a 1.173 GWh, produzidos pelas usinas termelétricas a gás e carvão e 405 GWh produzidos pela geração solar.

A Petrobras informou que assinou contratos para a cessão da totalidade de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a Perenco Petróleo e Gás do Brasil Ltda (Perenco). A produção dos dois campos foi interrompida em março de 2020 e as respectivas plataformas estão hibernadas desde então. O valor a ser recebido pela Petrobras com a operação é de US$ 10 milhões, sendo US$ 1 milhão pagos na data de hoje e o restante no fechamento da transação, sujeito aos ajustes previstos no contrato.

A administradora de shopping centers Multiplan obteve lucro líquido de R$ 267 milhões no primeiro trimestre de 2024, valor 28,9% maior em relação a igual período do ano anterior. Segundo a companhia, foi o maior valor já registrado para um primeiro trimestre. Além do aumento do ebitda, o resultado do lucro líquido foi alavancado pela redução de 25,8% da depreciação, de 18,1% das despesas financeiras e de uma alíquota tributária inferior. A margem líquida ficou em 51,0%, um aumento de 706 p.b. em relação ao 1T23.

A Cielo registrou lucro líquido recorrente de R$ 503,1 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 14% na comparação anual, decorrente de melhora robusta do resultado financeiro, otimizações em gastos com redução dos custos dos serviços prestados e maior eficiência tributária. Esse resultado foi parcialmente compensado pela menor volumetria e
maiores gastos com o programa de transformação da companhia.

A Petrobras informou que a Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada ontem deliberou e aprovou, por maioria, a tomada de contas dos administradores, exame, discussão e votação do Relatório da Administração e das Demonstrações Financeiras da Companhia, acompanhadas do relatório dos auditores independentes e do parecer do Conselho Fiscal da Petrobras, referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2023. Além disso, a AGO também definiu a destinação do resultado do exercício social de 2023, na forma do voto da União, com a alteração da original proposta da Administração da Petrobras quanto à destinação do resultado de 2023, ajustando-a para aprovar a distribuição dos 50% do lucro líquido remanescente (após as alocações às reservas legais e o pagamento de dividendos ordinários), mantendo-se, ademais, a proposta de pagamento da remuneração remanescente aos acionistas, relativa ao exercício de 2023, em duas parcelas (em 20/05/2024 e 20/06/2024).