RADAR DO DIA: Inflação e juros em alta assolam economia global

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São Paulo – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias iniciaram o dia em baixa. A confirmação da inflação em alta nos Estados Unidos após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de abril, que cresceu 0,3%, mostrou que ainda há um longo caminho para percorrer até a normalidade.

Em 12 meses, a inflação acumula alta de 8,3%, apenas 0,2 pontos percentuais abaixo do maior patamar desde dezembro de 1981. A inflação americana teve uma leve desaceleração em relação ao mês anterior. Em março, o avanço havia sido de 1,2%.

Economistas apontam que o crescimento econômico global este ano seja de apenas 3,3%, abaixo dos 4,1% esperados em janeiro, antes da guerra na Ucrânia. A inflação global está prevista em 6,2%, 2,25 pontos percentuais acima da previsão de janeiro. O Fundo Monetário Internacional (FMI) rebaixou sua previsão para 143 economias este ano – que respondem por 86% do Produto Interno Bruto global.

Por aqui, a inflação continua seu curso de alta. Ontem foi divulgado o IPCA de abril, com crescimento de 1,06%, acumulando 12,13%, o maior avanço em 12 meses desde 2003. O aumento foi puxado por alimentos e bebidas e transporte. A expectativa é de novas altas. Com o reajuste do diesel, o impacto virá no preço do frete e nas cadeias de distribuição. E o remédio será juros mais altos, crédito mais caro, desemprego e investimentos menores. Mas parece que o grande problema do Brasil são as urnas eletrônicas.

A temporada de balanços com os resultados do primeiro trimestre continua. Hoje é a vez de Locaweb, JHSF, Rede D’Or, MRV, Energisa, B3, Americanas e Bradespar.

No setor corporativo, a Taesa divulgou hoje o balanço do primeiro trimestre de 2022. A receita operacional líquida regulatória apresentou um crescimento de 36,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, totalizando R$ 526,1 milhões. Já o EBITDA regulatório registrou R$ 454,4 milhões, com um crescimento de 43,5% e uma margem EBITDA de 86,4% no período, bem superior a margem do primeiro trimestre de 2021 (+4,4 pontos percentuais). O lucro líquido chegou a R$ 559,9 milhões, alta de 0,7% na comparação ao primeiro trimestre de 2021.

A Minerva Foods registrou prejuízo de R$ 114,6 milhões no primeiro trimestre do ano, uma redução de 55,8 % ante o mesmo período de 2021, refletindo a rubrica de “Outras Despesas” que foi negativa em R$ 426,1milhões e especialmente impactada pelo resultado do hedge cambial.

O lucro líquido da JBS aumentou 151,4% no primeiro trimestre, para R$ 5,14 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 20,8%, para R$ 90,87 bilhões.

A Ultrapar obteve lucro líquido de R$ 461,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, na comparação anual alta de 236 %, frente aos 137,4 do 1T21. Segundo a companhia, os números são fruto do maior ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e do efeito líquido da cessação de depreciação das operações descontinuadas, atenuado pelo aumento na despesa financeira líquida e maiores custos e despesas com
depreciação e amortização.

O conselho de administração da Ultrapar deliberou sobre o pagamento antecipado de juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 450 milhões, correspondentes a R$ 0,41247 por ação (bruto) e R$ 0,35060 por ação (líquido), a partir de 10 de agosto.

O Banco do Brasil aprovou, em 9 de maio, a distribuição de R$ 1,5 bilhão em juros sobre o capital próprio (JCP) e R$ 443,3 milhões em dividendos, totalizando R$ 1,9 bilhão, ambos relativos ao primeiro trimestre de 2022, em 31 de maio.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) disse que a aprovação a redução da tarifa de importação do vergalhão de aço CA-50 e CA-60 de 10,8% para 4%, nesta quarta-feira (11), pelo Ministério da Economia, atende pleito da entidade, que em julho de 2021, defendendo a redução para 0%.

A SulAmerica registrou lucro líquido de R$ 23,9 milhões no primeiro trimestre de 2022, uma queda de 55,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o lucro líquido após participações de não controladores foi de R$ 24,4 milhões no período, queda de 54,7%, em base anual. O resultado foi influenciado principalmente pela maior sinistralidade do período.

O Instituto Aço Brasil (IABr) disse que a decisão anunciada hoje pelo comitê executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de reduzir o imposto de importação de vergalhões CA50 E CA60 de 10,8% para para 4%, até dezembro desse ano é inadequada.

A JBS informa aos seus acionistas e ao mercado que o seu Conselho de Administração aprovou a distribuição de dividendos intermediários com base no lucro líquido do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021, apurado nas demonstrações financeiras referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2021, no montante total de R$ 2.2, correspondentes a R$ 1,00 por ação ordinária.

O conselho de administração da JBS aprovou o cancelamento de 26.685.500 ações ordinárias da companhia mantidas em tesouraria nesta data, sem redução do valor do capital social, e aprovou um novo programa de recompra de até 113.498.647 ações ordinárias das 1.134.986.473 em circulação por até 18 meses.

A Vale informou que assinou com a Siderúrgica Norte Brasil (Sinobras), empresa do Grupo Aço Cearense, um termo de compromisso para o desenvolvimento de planta de nova aciaria para produção de tarugos de aço a partir do ferro gusa, em Marabá, no sudeste do Pará.

A Fitch Ratings considera que o potencial aporte de BRL1,6 bilhão de Furnas Centrais Elétricas S.A. (Furnas) na Madeira Energia S.A. (Mesa), controladora integral da Santo Antônio Energia S.A. (Saesa), seria significativo, mas gerenciável para a Centrais Elétricas Brasileiras, a Eletrobras.