RADAR DO DIA: Bolsas mundiais repercutem BCE, embora sentimento seja pânico

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Gráfico

São Paulo – Os mercados ao redor do globo operam mistos de olho nos anúncios de estímulos econômicos por parte de Bancos Centrais (BCs), após o avanço da Covid-19, nome do novo coronavírus, embora o sentimento de preocupação prevalece nos negócios.

Ontem, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um novo programa de compra de ativos no valor de 750 bilhões de euros que incluirá títulos do setor público e privado em uma tentativa de mitigar os riscos ao mecanismo de transmissão da política monetária e as perspectivas para eurozona representadas pela pandemia do novo coronavírus.

Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual (pp), para 3,75% ao ano (aa) – uma nova mínima histórica. Esse foi o sexto corte consecutivo na taxa.

Além disso, o governo federal vai usar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para suspender as metas de resultado primário deste ano e conseguir expandir o orçamento. O ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda anúncio medidas relacionadas aos trabalhadores e ao setor de aviação civil.

O avanço do coronavírus pelo mundo tem gerado grande preocupação e levado os investidores a um sentimento de cautela que tem impactado fortemente os mercados.

Por aqui, o Ibovespa encerrou a sessão de ontem em queda de 10,34%, aos 66.894,95 pontos, após passar por outro circuit breaker no pregão diante do pânico causado nos mercados função do avanço do novo coronavírus.

Nesta manhã, os contratos futuros dos principais índice do mercado de ações dos Estados Unidos operam em queda com o temor relacionado ao novo coronavírus em meio ao anúncio de estímulos econômicos na Europa.

Os mercados europeus, por sua vez, operam em alta após o BCE anunciar um novo programa de compra de ativos no valor de 750 bilhões de euros que incluirá títulos do setor público e privado.

Na Ásia, os principais índices do mercado de ações fecharam em queda, sendo que a Bolsa de Seul ativou o circuit breaker, ancorado nos temores sobre os impactos econômicos do surto do novo coronavírus e repercutindo à queda acentuada vista nos mercados americanos na véspera.

Lá fora, a França já anunciou que gastará 45 bilhões de euros para ajudar pequenas empresas e funcionários que lutam com o surto de coronavírus, enquanto Espanha e Itália restringiram a circulação de pessoas. Nos Estados Unidos, as companhias aéreas negociam um pacote de assistência do governo de US$ 50 bilhões.

No domingo, de forma inesperada, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortou a taxa básica de juros em um ponto percentual (pp), para a faixa entre zero e 0,25% ao ano e anunciou um programa de recompra que totaliza US$ 700 bilhões em Treasuries e hipotecas em uma resposta mais agressiva aos efeitos do novo coronavírus sobre a economia dos Estados Unidos.

Além disso, os investidores continuam de olho na crise do preço do petróleo, após a Arábia Saudita aumentar a produção e reduzir os preços praticados pela estatal Saudi Aramco depois do fracasso nas negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países aliados para uma redução coordenada da oferta da commodity. A iniciativa está relacionada ao impacto econômico do coronavírus.

No Brasil, temos 428 casos de coronavírus confirmados até o momento, sendo que o número total de mortes chegou a quatro. A cidade de São Paulo é onde está o maior número de casos confirmados com 240, seguido por Rio de Janeiro com 45 e Distrito Federal com 26.

Na China, epicentro do surto, o número de mortes causadas por infecção pelo novo coronavírus atingiu 3,237 mil, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde do país. Ao todo, quase 81 mil casos foram confirmados em 31 províncias chinesas, sendo que há 105 casos suspeitos.

O governo italiano, país europeu onde a doença avançou rapidamente, anunciou medidas ainda mais restritivas com o intuito de conter a disseminação do surto do novo coronavírus no país. Até o momento, há 35,713 mil casos no país, dos quais 2,978 mil foram fatais.

EMPRESAS

A Via Varejo informou que para garantir exatidão diante de especulações sobre seu endividamento e posição de caixa, a companhia resolveu divulgar dados preliminares e sem auditoria referente a 2019.

A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) disse que para conter o avanço do Covid-19, nome do novo coronavírus, adotou medidas de criação de comitê de crise, recomendação de trabalho home office, disponibilização de canal de saúde via telefone, realização de palestras e afastamento de sete dias para quem voltou de viagem internacional.

A TIM S.A (TSA), subsidiará da TIM Participações, recebeu da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro de companhia aberta na categoria “A”, sendo que não houve pedido para registro de oferta de valores mobiliários, razão pela qual a iniciativa não deve ser considerada como anúncio de oferta pública de ações.

A TOTVS disse que visando minimizar os impactos advindos do Covid-19, nome do novo coronavírus, criou um comitê de crise para monitorar a evolução da doença, adoção de trabalho home office, suspensão de viagens internacionais e restrição as nacionais e implantação de atendimento telefônico de saúde para os funcionários.

Seguindo as recomendações do poder público e a determinação do governo do Estado de São Paulo, a Iguatemi afirmou que fechará shoppings e fechará unidades diante do avanço do Covid-19, nome do novo coronavírus.

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings colocou o rating ‘BBB’ da Embraer em observação negativa após o rebaixamento da nota da Boeing de ‘A-‘ para ‘BBB’, uma vez que as empresas são parceiras na área de aviação comercial.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) avaliou como positiva o anúncio feito pelo governo federal para minimizar o impacto da pandemia no novo coronavírus na aviação brasileira. Para o presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, agora o setor espera pela linha de crédito.

A Petrobras postergou para 30 de abril o prazo para habilitação de potenciais compradores para a fase não-vinculante no processo de venda da participação de 51% que a estatal detém na Gaspetro.

O Banco do Brasil (BB) informou que disponibilizará R$ 100 bilhões para reforçar suas linhas de crédito para pessoas físicas, empresas, agronegócios e recursos destinados à compra de suprimentos para a área de saúde por prefeituras e governos.

A Petrobras iniciou a fase vinculante do processo de venda da totalidade de sua participação nos conjuntos de concessões marítimas Polo Golfinho e Polo Camarupim, localizados em águas profundas na bacia do Espírito Santo.